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Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e faz parte da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

Transformação em subsidiárias x lucros da Caixa Federal

Os números da Caixa são impressionantes: segundo o banco, a Receita de Prestação de Serviços totalizou R$ 25,8 bilhões em 2023, crescimento de 2,8% em 12 meses

O Conselho Administrativo da Caixa Econômica Federal acabou – se utilizando de uma manobra – de deliberar a transformação das Loterias da Caixa em uma subsidiária, ou seja, a determinação vai no sentido de se utilizar um subterfúgio em relação à regulamentação da lei das loterias em que a Caixa detém a exclusividade de operar as loterias, exclusividade essa que só pode ser modificada via Congresso Nacional, e transforma a Loteria Caixa em Caixa Loterias S.A. (subsidiária da Caixa) com ações negociadas na Bolsa de Valores.

A determinação é mais uma forma que os banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais, através dos seus representantes na direção do banco, arrumaram para transferir os recursos, que são utilizados para beneficiar a população em geral, com os programas sociais, e transferi-los para os bolsos desses parasitas, principalmente o capital estrangeiro através da compra de suas ações que, a bastante tempo, já vinham pressionando para abocanhar esse gigantesco recurso advindo dos jogos das loterias.

No começo do ano a Caixa Econômica Federal divulgou o seu balanço anual de 2023, obtendo um crescimento do seu lucro líquido recorrente de R$10,6 bilhões, um aumento de 15,5% em relação ao ano de 2022.

Os números da Caixa são impressionantes: segundo o banco, a Receita de Prestação de Serviços totalizou R$ 25,8 bilhões em 2023, crescimento de 2,8% em 12 meses; Ativos Administrados somaram R$ 3,2 trilhões em Dez/23, aumento de 11,5% em 12 meses; Ativos CAIXA somaram R$ 1,8 trilhão em Dez/23, aumento de 15,2% em 12 meses; Carteira de crédito total com saldo de R$ 1,120 trilhão, crescimento de 10,6% sobre Dez/22, sendo a maior carteira de crédito entre os bancos; Saldo de R$ 775,1 bilhões na carteira de finanças sustentáveis em Dez/23, crescimento de 15,6% em 12 meses, variação maior que a carteira de crédito total, que cresceu 10,6% em 12 meses.

Em relação às loterias, os números também impressionam, chegando ao montante de R$23,4 bilhões arrecadados, dos quais R$9,2 bilhões foram para destinação social, tais como Seguridade, Esportes e Educação. Com esses recursos a Caixa através do faturamento das suas loterias investiu na inclusão social de mais de 13 mil crianças e adolescentes por meio do patrocínio ao esporte.

Com a abertura do capital com a transformação em subsidiária da Loterias Caixa, o lucro faturado que hoje são revertidos para programas sociais, passará a fazer parte do lucro dos grandes banqueiros nacionais e internacionais e, não deixa nenhuma dúvida que significa o atendimento dos interesses desses setores, e é parte, também, da política da direita golpista, que a cada dia vai emparedando cada vez mais o governo Lula, no sentido de pavimentar o caminho para a privatização da Caixa, o único banco 100% público, ou seja, um patrimônio do povo brasileiro.

Sempre é bom lembrar que, desde o início de 2019, no governo Bolsonaro, a direção do banco, sob a gestão de Pedro Guimarães, executou o “desinvestimento” do banco, com a venda de ativos da Caixa na Bolsa de Valores pela primeira vez em 158 anos.

Com a chegada do Lula à presidência da República, alçou como dirigente máximo da Caixa uma legítima representante dos trabalhadores, a sindicalista Rita Serrano, que vinha freando a política privatista da gestão passada, mas com a fortíssima pressão exercida ao governo Lula, o mesmo cedeu à pressão da direita e destituiu Serrando, para dar lugar a um indicado do golpista Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, que retomou a política de privatização da Caixa.

É preciso barrar a política da direita golpista de privatização das empresas estatais e, isso, somente se dará através de uma gigantesca mobilização dos trabalhadores. A entrega das subsidiárias da Caixa não é um caso isolado; a mesma situação acontece na Petrobras, Correios, Banco do Brasil, Eletrobrás, etc. Para isso a CUT deve chamar, imediatamente, um Congresso extraordinário dos trabalhadores das estatais e preparar uma contraofensiva, através dos métodos tradicionais de luta da classe trabalhadora, com greves, ocupações, piquetes, etc. em respostas a mais esse ataque à classe trabalhadora e a população em geral.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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