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Eleições

O golpe não é contra Bolsonaro, mas contra Lula

Os recentes embates entre Bolsonaro e o TSE não passam de um jogo de cena que procura esconder que, na realidade, é Lula o alvo de um golpe da burguesia

Ao longo desta semana, abriu-se uma crise relativa à transmissão de propagandas eleitorais em estações de rádio. Segundo o presidente ilegítimo Bolsonaro, emissoras no Norte e no Nordeste teriam boicotado as suas inserções eleitorais – enxertos de 30 segundos que divulgam a sua candidatura – favorecendo, assim, a campanha do ex-presidente Lula.

“Inúmeras rádios não estão veiculando adequadamente as inserções determinadas pela Justiça Eleitoral, favorecendo fortemente a Coligação adversária, em aberta desproporção no número de veiculações”, diz o documento apresentado ao TSE pela equipe de advogados de Bolsonaro.

Todavia, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o skinhead de toga Alexandre de Moraes negou o recurso da campanha do atual presidente, afirmando que não foram apresentadas provas suficientes para se instaurar uma investigação com base na acusação de fraude eleitoral.

Além disso, Moraes determinou um pedido de investigação da campanha do Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro, por “tumultuar o pleito” dias antes do segundo turno das eleições deste ano.

“Tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana”, disse Moraes antes de negar pedido da campanha de Bolsonaro.

Em resposta a isso, inaugurando ainda mais um episódio de crise, Bolsonaro convocou os três comandantes das Forças Armadas, General Heleno, diretor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Oliveira, e o ministro da Justiça, Anderson Torres, para uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada. Esteve presente, também, o chefe da missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Brasil, Rubén Ramírez Lezcano, além de outros funcionários do governo.

Em coletiva de imprensa após a reunião, Bolsonaro afirmou:

“Com toda a certeza, nosso jurídico deve entrar com recurso, já que foi para o Supremo Tribunal Federal. Da nossa parte, iremos às últimas consequências, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer valer aquilo que as nossas auditorias constataram, que há realmente um enorme desequilíbrio no tocante às inserções. Isso obviamente interfere na quantidade de votos no final da linha.”

Jogo de cena

Acima de qualquer coisa, deve ficar claro que todo o embate de Bolsonaro com o judiciário, neste momento, não passa de um jogo de cena, uma encenação. Nesse sentido, procura mobilizar a sua base ao pintar a imagem de que seria o verdadeiro candidato antissistema das eleições deste ano, assim como fez no primeiro turno.

Decerto que, na primeira votação, a burguesia atuou contra Bolsonaro em prol da terceira via. Afinal, naquele momento, tratava-se de uma luta para emplacar o candidato que melhor representaria os interesses do imperialismo, Simone Tebet (MDB). Todavia, o jogo mudou.

Agora, a burguesia já deixou claro que escolheu Bolsonaro como uma resposta à possível eleição de Lula. Afinal, o ex-presidente, o principal representante da classe operária no Brasil, consegue mobilizar um número muito perigoso – ao imperialismo – de trabalhadores. Algo que, na atual crise imperialista, vai na contramão dos interesses do grande capital.

O candidato “antissistema”, por isso, é justamente Lula, e os recentes acontecimentos comprovam essa tese.

Uma grande operação do empresariado contra Lula

Fato é que, nas últimas semanas, explodiu o número de casos do que tem sido caracterizado de maneira equivocada pela esquerda pequeno-burguesa como “assédio eleitoral”. Termo que, na realidade, significa coação eleitoral, ou seja, que os patrões estão forçando seus funcionários a votarem em Bolsonaro, seja ameaçando demissão, seja por métodos mais agressivos.

Por si só, já é um fato muito mais danoso à campanha de Lula do que algumas propagandas no rádio. Conclui-se, portanto, que é Lula quem está sofrendo um golpe eleitoral por parte da burguesia, que tem mobilizado seus “militantes”, os empresários, para minar a base de apoio do petista.

Apesar disso, o TSE, grande bastião da democracia, fecha os olhos para a fraude que está sendo montada contra Lula. É o mesmo que ocorreu na “cruzada” de Xandão contra a liberdade de expressão: sob o pretexto da luta contra o fascismo, ele fez de tudo para censurar peixes pequenos do bolsonarismo e o próprio Partido da Causa Operária (PCO). Já contra Bolsonaro, não fez nada.

Ao mesmo tempo, fechou os olhos frente ao maior esquema de compra de votos de toda a história da política brasileira com o orçamento secreto de Bolsonaro e a PEC das bondades. Onde estava Moraes quando o Legislativo colocou mais de 40 bilhões de reais à disposição do presidente que ele tanto combateu?

Fica claro que as acusações de Bolsonaro contra o TSE não passam de uma tentativa de dizer que ele é a vítima da situação quando, na realidade, é Lula. Bolsonaro está, como colocado acima, sendo completamente impulsionado pela burguesia, ele é o verdadeiro beneficiado pelos abusos de poder. Trata-se de uma farsa total.

Contra o golpe da burguesia, é preciso tomar as ruas

Ao contrário do que diz parte da esquerda pequeno-burguesa que, completamente desorientada, afirma, mais uma vez, que Lula “já ganhou”, as eleições estão completamente indefinidas. Tanto por causa de todos os benefícios que Bolsonaro tem recebido da burguesia, quanto pelos resultados das últimas pesquisas eleitorais, fica claro que a possibilidade de uma reeleição do presidente golpista não está fora de cogitação.

Para derrotar tal tentativa da burguesia de golpear Lula e garantir as eleições para Bolsonaro, é preciso tomar as ruas. Nessa reta final, é imprescindível que os sindicatos, a CUT, o MST e todos os partidos de esquerda convoquem suas bases para continuar nas ruas até que Lula seja eleito e ainda depois disso! Afinal, Bolsonaro e a burguesia de conjunto podem, inclusive, utilizar as acusações envolvendo os programas na rádio para derrubar ou minar um eventual governo do PT.

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