O cinismo dos Estados Unidos ao condenar essa “invasão” da Rússia à Ucrânia é evidente, explícito, só não vê quem está cegamente alinhado ao imperialismo nefasto das potências e imprensa burguesas.
A alegação do direito de autodeterminação dos povos é apenas uma retórica, uma hipocrisia dos EUA e demais potências aliadas que planejaram o golpe na Ucrânia em 2014, cujo desfecho foi o crescimento de criminosos nazistas num governo de extrema-direita com acentuadas características fascistas. Em 2014 esses nazistas assassinaram carbonizados mais de 40 pessoas em Odessa. Milhões de ucranianos deixaram o país após esse golpe apoiado pelos americanos. Cerca de 14 mil habitantes da região do Donbass, no leste do país, foram mortos pela guerra desencadeada por esse regime contra as repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.
Toda a imprensa internacional ajuda o imperialismo a colocar em prática uma forte e vergonhosa operação de perseguição à Rússia, tanto na economia quanto na política e na cultura. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os EUA são os verdadeiros culpados por essa guerra. Eles usam o regime fantoche da Ucrânia para provocar e continuar uma guerra que as forças armadas da Ucrânia não tem condições alguma de vencer, senão continuar nessa jogada de desmoralização e ataque propagandístico contra os russos à custa da vida de centenas de milhares de pessoas.
Nenhuma dessas potências imperialistas, capachos dos americanos, deixou de intervir, de bombardear países, depor governos, espionar, impor sanções, planejar operações golpistas como a Lava Jato no Brasil, sabotar eleições, armar e treinar grupos aliados, enfim, agem de todas as formas para acabar com a autodeterminação dos povos.
O mesmo ocorreu na Ucrânia em 2014. Foi ali que a autodeterminação do povo ucraniano foi violada. Um governo democraticamente eleito foi derrubado porque não quis se submeter à União Europeia. Então, o imperialismo de conjunto simplesmente efetuou um golpe de Estado e impôs um regime dominado por nazistas, iniciando a guerra no Donbass e as provocações à Rússia, bem como a supressão dos direitos democráticos do povo ucraniano, com a proibição do comunismo e do idioma russo, o fechamento de jornais opositores e a prisão de dissidentes.
Para acabar com esse direito fundamental das nações, o imperialismo usa a OTAN e diversos bancos e organizações não governamentais (ONGs) para consolidar e patrocinar esse tipo de crime.
O capitalismo, em crise estrutural desde a virada do século XIX para o século XX, vem impulsionando uma política de completa espoliação dos países oprimidos, para aumentar os lucros e superar a crise de produção, interferindo na autodeterminação dos povos, formando monopólios para defender seus interesses a todo custo, promovendo guerras, cujas consequências são fome, miséria e mortes ao redor do globo.
Os americanos e seus aliados, que agora cinicamente falam em autodeterminação do povo ucraniano para condenar a guerra de defesa da Rússia, promoveram a sangrenta Guerra da Bósnia (1992-1995), que atacou o Estado da Iugoslávia e o dividiu em 6 países: Croácia, Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedônia. Depois, em 1999, em mais um ataque, promoveram uma guerra contra a Sérvia na chamada Guerra do Kosovo.
Além dessas guerras na região balcânica, outras centenas foram realizadas pelos imperialistas que hoje querem dividir a Rússia, como Kwait (1991), Somália (1993, 2007, 2008, 2022), Paquistão, Sudão (1998), Iraque (2003), Afeganistão (por 20 anos), Iêmen (2022), etc.
Esses conflitos que vão de encontro à autodeterminação dos povos tiveram por trás a OTAN e seus aliados, inclusive com o aval público ou por baixo do pano da Organização das Nações Unidas (ONU) e passando por cima de qualquer tratado que venha interromper os seus anseios golpistas.
Devemos denunciar todos os golpes ao redor do mundo e apoiar todos os povos oprimidos do globo, que precisam resistir e expulsar os imperialistas como muito bem fizeram os povos vietnamita e afegão. O mesmo está fazendo a Rússia neste momento, cuja ação vai no sentido de ─ contrariamente ao que fala a propaganda imperialista ─ retomar a autodeterminação do povo ucraniano, russo e de todo o leste europeu.