No último domingo (13), milhares de torcedores do Flamengo comemoravam o tricampeonato da Libertadores no centro do Rio. A festa da maior torcida do mundo estava, como sempre, linda, quando uma pequena briga começou. É relatado que a briga seria facilmente controlada, até mesmo pelos torcedores do local, contudo, a polícia carioca entrou em cena.
O aparato da polícia de Choque iniciou uma verdadeira guerra contra os torcedores. Gás de pimenta, bomba de efeito moral e bolas de borracha foram atiradas contra os torcedores sem qualquer iniciativa de controle da situação. Crianças, idosos e mulheres foram atingidos de todas as maneiras pelo aparato repressivo policial. A atitude é típica dos órgãos policiais fascistas, que está acostumado a realizar execuções sumárias contra a classe trabalhadora e operária, que tanto gosto do futebol brasileiro.
No trio elétrico, com os jogadores e dirigentes do clube, o presidente Rodolfo Landim e Gabigol pediram para que parassem com as brigas e reforçaram que o dia era de celebração. A quantidade de spray de pimenta usado pelos policiais foi tão grande que os jogadores, do alto do trio, tiveram que se abaixar. Segundo o depoimento de uma torcedora que estava no local, a sensação era de que ela iria morrer: “Ao invés da polícia separar quem estava brigando, quase matou a torcida com gás lacrimogêneo e spray de pimenta”. Também não existe uma noção clara de quantas pessoas ficaram feridas, mas é provável que muita gente tenha ido para o hospital gravemente ferida, visto que os tiros de bola de borracha podem deixar graves sequelas.
Essa é a prova cabal de que a polícia é uma organização que serve exclusivamente para atacar a população e seus direitos. O caso mostrou que em nenhuma hipótese houve qualquer tentativa de controle de uma briga simples, mas sim uma posição típica de guerra contra a população desarmada. A polícia mostra-se atacando novamente os direitos da população de se manifestar na rua, criando um clima de terror. Também, bem na época de copa do mundo, realizar este ataque violento contra torcedores é uma medida contra o futebol brasileiro e toda nossa cultura.
Os torcedores devem se organizar para denunciar e mobilizar contra esse crescente ataque aos direitos democráticos. Pela total liberdade das torcidas e da população, e com a palavra de ordem do fim da polícia militar, um órgão criado para calar, de qualquer maneira, a voz da população.