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Mobilização popular

Campanha de Lula deve ser igual a de 1989, e não a de 2002

Neste segundo turno, a campanha deve polarizar, porque Bolsonaro está polarizando e a "ida ao centro" causaria um desastre contra Lula e o PT

Independente do resultado do segundo turno das eleições gerais de 2022, uma coisa é certa: o imperialismo passa por uma crise nunca antes vista na história do Brasil e do mundo. O primeiro turno já deixou evidente que o grande ganhador da disputa eleitoral foi o bolsonarismo, que se consolidou como principal força política no parlamento. A burguesia do capital financeira, desesperada em conter a situação e controlar o patrimônio nacional, foi obrigada a diminuir os seus ataques a Lula para impedir uma vitória ainda mais esmagadora por parte de Bolsonaro.

Fato é que o imperialismo não encontra um setor viável para levar adiante as suas reivindicações de maneira acabada no Brasil. Por um lado, Bolsonaro criou uma base de apoio própria, independente do grande capital financeiro que, caso não seja impedida, promete crescer e tomar proporções inéditas. Do outro, Lula é a figura mais popular, num sentido geral, de todo o País e, portanto, tende a tomar o lado dos trabalhadores.

Por isso, e após falhar em emplacar a terceira via, por meio de Simone Tebet, o imperialismo precisa de uma nova válvula de escape para impedir que sua decadência se intensifique. No que diz respeito a Lula, sua melhor aposta para tal se dá por meio da infiltração de elementos reacionários em seu governo, como é o caso de Alckmin.

Nesse sentido, iniciou-se uma gigantesca campanha em toda a imprensa capitalista para empurrar Lula cada vez mais ao “centro”. De um dia para o outro, dezenas de artigos foram publicados reivindicando que Lula faça “concessões ao centro”, tire o PT de sua campanha, inclua figuras neoliberais em sua chapa e todo tipo de desmonte de sua política.

Sua campanha, portanto, deve fazer precisamente o contrário disso e correr para a esquerda, pois é assim que se faz uma campanha popular. Em 1989, por exemplo, Lula realizou uma campanha verdadeiramente de massas, mobilizando o povo brasileiro nos quatro cantos do País para tentar emplacar a sua vitória. Na ocasião, seu discurso era radical e trazia reivindicações realmente populares, como é o caso do não pagamento da dívida externa, da educação pública gratuita para todos e levantava os principais problemas que o povo enfrenta até os dias de hoje, o desemprego e a fome

Finalmente, o Brasil acabava de sair do período da Ditadura que teve, como causa de sua derrubada, mobilizações grevistas verdadeiramente revolucionárias que foram, efetivamente, responsáveis pela criação da figura de Lula como líder das massas. O PT, tomando uma posição mais à esquerda, aproveitou deste embalo e fez justamente o que deveria ter sido feito: envolveu a classe operária brasileira na campanha de Lula contra a burguesia.

Não é à toa que a imprensa burguesa, diferente de agora, fez todo tipo de jogo sujo contra Lula, pois entendiam que sua melhor estratégia para levar o pleito seria massacrando a figura do petista. Atrelaram, então, pouco tempo antes do segundo turno, o sequestro de Abílio Diniz ao PT, por exemplo. Sem contar no caso Lurian, uma campanha grotesca de calúnias contra o ex-presidente que, em grande medida, custou-lhe a vitória.

A burguesia tinha medo da mobilização que estava sendo feita em sua campanha e, por isso, voltou toda a sua artilharia contra Lula e o PT. Àquela altura da conjuntura política nacional, Lula relizava comícios gigantescos e vermelhos, incluindo a CUT e os movimentos sociais como parte fundamental de sua campanha. É isso que deve ser feito agora!

No 2° turno, Lula precisa pregar o ódio de classe

Deve-se abandonar completamente os setores que trabalham ativamente para levar a campanha de Lula para a direita, a começar por Guilherme Boulos, figura queridinha do imperialismo que está encabeçando a campanha do petista. Ao mesmo tempo, seguindo o exemplo da campanha de 2020 do psolista do Iree, Paula Lavigne e a Mídia Ninja criaram o chamado “Gabinete do Amor”. De maneira geral, trata-se de uma propaganda que só serve para distanciar Lula, cada vez mais, do povo.

Em 1989, Lula, empurrado pelas massas, estava, em toda a sua história, o mais distante possível do “Lulinha paz e amor” que procuram fabricar agora. Antes, ele se portava e direcionava o povo como uma liderança digna de levar adiante uma intensa mobilização popular. Decerto que também realizava concessões, assim como o fez ao longo de toda a sua vida política. Todavia, colocava os trabalhadores como parte central de sua campanha, algo que deve ser feito nas eleições deste ano.

O PT já deu indícios de que, para o segundo turno, mudará a sua política e orientará sua militância a tomar as ruas e atingir o povo nos quatro cantos do Brasil. É precisamente a direção que deve ser seguida: somente um amplo movimento das massas pode eleger Lula e, mais importante que isso, dar um caráter popular à sua campanha que, mobilizando a classe operária brasileira, pode derrotar de uma só vez o golpe do imperialismo no País.

Essa é a grande missão do momento: garantir que o imperialismo seja tão golpeado ao ponto que, caso queira invadir o Brasil, tenha que recomeçar a sua investida. Em outras palavras, é preciso derrotar o golpe e varrer todas as estruturas que o mesmo construiu aqui no Brasil, colocando na ordem do dia a organização de um governo dos trabalhadores que consiga levar à cabo as reivindicações do povo.

Agora é a hora de começar. A campanha de Lula, neste segundo turno, tem a potência de reviver o movimento dos trabalhadores no Brasil, algo que será de extrema importância para o próximo período político em todo o mundo. É preciso unir todos os setores progressistas e, mais importante de tudo, a classe operária brasileira em uma campanha única por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores. Essa é a direção correta para expulsar o imperialismo de nosso País, é preciso tomar as ruas para, à força, fazer com que o povo saia por cima e conquiste os seus direitos.

O que aconteceu na eleição? - Análise Política da 3ª na Rádio Causa Operária - 04/10/22

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