No Mato Grosso do Sul, uma ação truculenta da Polícia Militar deixou cinco pessoas indígenas Guarani e Kaiowá feridas em uma ação de retomada de terras.
O fato ocorreu no dia 26 de fevereiro de 2022 na região da Fazenda Inho, que faz parte do território de Laranjeira Nhanderu em Rio Brilhante. A comunidade indigena estava há mais de quinze anos fora das terras que estão em processo de demarcação desde 2007.
A decisão de iniciar a retomada das terras se deu após a comunidade ficar sabendo que um grupo de pessoas do movimento sem terra levados por uma proposta, dos latifundiários da região, de fazer um assentamento no mesmo local, estavam planejando fazer uma ocupação a fim de pressionar o governo a agilizar a concessão de crédito fundiário. Uma jogada dupla: além de ganharem dinheiro com a venda das terras que não são suas, fomentam discórdia entre a comunidade indígena e os sem terra, tirando a força da luta pela expropriação dos bandidos latifundiários, que desde a fundação deste país vem matando e dizimando a população indígena, população do campo, o povo pobre e trabalhador, a fim de enriquecer cada dia mais Aprenda mais no novo curso “Brasil, 500 anos de História”.
Já durante a ação de retomada a comunidade indigena denunciou que os latifundiários estavam presentes ameaçando-os: “Falaram que estamos em pouquinhas pessoas, é só meter bala e termina logo. Aí o pessoal começou a falar com eles e agora eles recuaram, foram para a cidade. Eles falaram que vão articular as pessoas e que vão voltar com peso de tarde”.
E assim foi feito, o choque da polícia militar se deslocou mais de 160 km da cidade de Campo Grande até Rio Brilhante para reprimir a retomada. A Polícia Militar não tinha mandado de reintegração de posse, estavam armados com balas de borracha, lançaram bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, atingindo as famílias indígenas por trás de seus escudos de proteção, como pode se ver neste vídeo feito pelos próprios indígenas durante a ação policial.
Apesar dos apelos da comunidade que avisavam que ninguém tinha armas, e por isso mesmo são atacados constantemente, o batalhão do choque deixou cinco pessoas indígenas feridas, além de crianças e idosos que passaram mal com o gás lacrimogêneo lançado. Mesmo assim, os guarani e kaiowá resistiram e organizaram uma manifestação onde bloquearam durante 1h a rodovia federal, BR-163, na tarde do mesmo dia.
É importante pontuar que a polícia militar representa o braço armado da burguesia e que, por isso, serve unicamente para oprimir o povo. Afinal, a burguesia utiliza a PM como jagunços para realizar incursões violentas contra os indígenas, os sem terra, os trabalhadores, as mulheres, os negros… a PM faz o trabalho sujo que a burguesia quer sem sujar as próprias mãos.