“Há poucas semanas atrás a ONU estava aqui em casa”, diz Magno sobre a videochamada que participou, em pé, pelo celular, com tradução simultânea, direto com escritório internacional da ONU de direitos humanos. “Eles não podem virar as costas”.
A candidatura de Magno deu-lhe acesso a veículos de comunicação de grande circulação. Ele não perdeu a oportunidade para fazer denúncias. Isto desencadeou uma série de retaliações pelos aparelhos do estado dominado pelos companheiros de Simone Tebet.
A retaliação da elite do Mato Grosso do Sul, que domina a imprensa, foi fulminante. Poucas semanas atrás soltaram uma série de informações confusas sobre um suposto roubo de uma bicicleta, de mais de uma década atrás, que impugnaria a candidatura do indígena, mesmo diante do candidato ter apresentado, como é obrigatório a todos, a certidão de antecedentes criminais que comprova estar quite com a justiça.
Coincidentemente, as notícias foram soltas na imprensa um dia antes de sua participação no G1, portal da Globo. No dia seguinte, para surpresa do candidato, sua entrevista iniciou com intimidações garimpadas do embuste que havia sido fabricado pela imprensa golpista. A entrevistadora seguiu tentando constranger o candidato, insinuando que poderia não ser alfabetizado o suficiente para o cargo.
No final de semana apareceram pistoleiros em cima das caixas d’água da Sanesul, a poucas centenas de metros de onde mora o candidato, para fazer ameaças a ele e sua família.
“Nossos apoiadores não podem ficar quietos diante desta injustiça. Estão me perseguindo porque eu sou índio, eles não querem que eu denuncie a situação que vivemos, são os latifundiários, tenho certeza.”
A constituição garante o direito de qualquer cidadão brasileiro concorrer às eleições. Impedir alguém de concorrer às eleições por causa de sua etnia, além de ser racismo, demonstra como o processo eleitoral Brasileiro é bastante atrasado e anti democrático.