No último dia 17 de fevereiro, os banqueiros do Banco Itaú/Unibanco informaram, que no final do mês de março, a empresa dará início a mais um famigerado processo de demissões via PDV (Programa de Desligamento Voluntário) que, diga de passagem não tem nada de voluntário, onde jogará no olho da rua centenas de trabalhadores, se somarão ao contingente de mais 14 milhões de trabalhadores que se encontram sem emprego no País atualmente.
Segundo o comunicado, cínico, da empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM):
“o programa envolve um grupo restrito de colaboradores elegíveis e tem como objetivo dar aos interessados em deixar o banco a oportunidade de uma transição de carreira segura” e segue “Para aderir ao programa, os colaboradores devem se enquadrar em um ou mais critérios como: estar afastados por um período superior a 30 dias, ter mais de 60 anos e atuar em determinados cargos em áreas que terão sua estrutura adequada à realidade do mercado”. A adesão ao PDV é totalmente voluntária e oferecerá pacotes que incluem o pagamento de salários adicionais e a manutenção de alguns benefícios por período determinado. Os elegíveis poderão aderir ao PDV a partir do final do mês de março de 2022”.
Uma das questões que chama a atenção é a forma “carinhosa” que os banqueiros, no comunicado, chamam os seus funcionários – “colaboradores” – quando todo o trabalhador bancário do Itaú sabe muito bem do tratamento dispensado a eles é de uma gigantesca exploração, de quase escravidão. Não são poucos os casos de denúncias de funcionários, no quesito assédio moral, isso sem falar que, se o trabalhador disser uma vírgula fora do lugar estará automaticamente demitido; são poucos aqueles, quase raros, os casos de funcionários se candidatarem a exercer a função de delegado sindical, na sua dependência, por exempor, eles já sabem que é motivo para a demissão.
Um outro cinismo do banco é quando fala que o PDV é “totalmente voluntária”, uma verdadeira conversa para boi dormir. Os Planos de Demissão Voluntária, e isso não é uma prerrogativa do Itaú, em todas empresas a metodologia é a mesma, vem para acobertar a completa coação por qual passa o trabalhador para aderir ao programa. Os banqueiros não deixam implícito no programa, mas se aquele elegível não aderir a ele, irá ser demitido de qualquer maneira, não deixando outra alternativa para o trabalhador aderir, de levar uma merreca do pacote de “benefícios”, oferecido pelos banqueiros que, provavelmente o demitido terá que se sustentar, ele e sua família, pelo resto da sua vida (um dos critérios de enquadramento no programa é de estar afastado por um período superior a 30 dias, ter mais de 60 anos). Na atual situação de crise do capitalismo onde nem o jovem está conseguindo um lugar no mercado, que dirá aquele senhor de 60 anos! Um verdadeiro crime contra os trabalhadores.
O Itaú/Unibanco, com a política de reestruturação na empresa, vem fechando dezenas de agências e dependências bancárias em todo o País, o que vem ocasionando milhares de demissões de trabalhadores. A abertura de mais um PDV vai nesse sentido, eliminar mais postos de serviços com a desculpa esfarrapada de adequação à realidade de mercado que, na verdade diz respeito ao aumento dos lucros dos banqueiros em cima da miséria da categoria bancária.
É necessário organizar, imediatamente, pelas organizações de luta dos trabalhadores uma gigantesca mobilização contra a política de demissões na categoria que, visa única e exclusivamente encher os bolsos dos banqueiros sanguessugas, verdadeiros parasitas dos trabalhadores e de toda a população.