Em entrevista concedida sexta-feira (4), à HispanTV, o analista político Eduardo Luque comentou sobre o Dia do Estudante ou o Dia Nacional da Luta contra a Arrogância. O Irã conseguiu avançar e derrotar toda a tentativa do imperialismo de destruir o país, graças ao apoio da população, o que mostra a política anti-imperialista, a honra a um valioso e muito significativo feito pelos estudantes iranianos. “É uma evidência de que o Irã conseguiu superar as tentativas de destruição [dos EUA e do Ocidente]. Obviamente, se não houvesse apoio popular, isso teria sido impossível”, disse ele.
O analista também faz referência ao discurso oficial do presidente dos EUA, Joe Biden, na quinta-feira (3), no qual ele disse que quer “libertar o Irã”; isso enquanto o governo dos EUA impôs muitas sanções criminosas ao povo iraniano. O presidente iraniano Seyed Ebrahim Raisi desafiou Biden durante seu discurso, durante o Dia do Estudante e disse que o Irã foi libertado do jugo e das garras do imperialismo dos EUA há 43 anos, com a vitória da Revolução Islâmica.
Através de uma mensagem emitida nesta sexta-feira (4), em sua conta no Twitter, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Naser Kanani, denunciou que os Estados Unidos sempre foram um ocupante da história e que nunca pode ser um libertador e onde quer que intervenha, não trouxe nada além de assassinato, saques e instabilidade. Segundo o porta-voz iraniano, países da região e do mundo estão testemunhando as consequências da presença militar dos EUA em países como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria.

Dia do Estudante
Iranianos em maciças marchas comemoram o “Dia do Estudante” (dia em que estudantes tomaram a embaixada dos EUA em 1979). As marchas maciças tiveram participação de altas autoridades do país em Teerã, na capital e em outras cidades. O evento em Teerã começou com manifestação em frente à antiga embaixada dos EUA, mais conhecida como o “Ninho de Espiões”. Os participantes agitaram as bandeiras nacionais do Irã e gritaram slogans como “Morte à América”.

Hoje o povo expressou sua rejeição ao imperialismo e renovaram sua lealdade aos ideais da Revolução Islâmica, em mais de 900 cidades do país. Cerca de 3.500 repórteres iranianos e estrangeiros estão cobrindo as marchas em todo o país e, em Teerã. Também estão programadas conferências, fóruns e festivais de arte com o tema principal, o combate à arrogância. O evento deste ano coincide com sete dias após o sangrento ataque terrorista ao santuário Shah Cheraq em Shiraz (sudoeste), reivindicado pelo Daesh, que deixou 15 mortos e dezenas de feridos. O ato ocorreu em meio a uma série de protestos violentos no país após a morte do jovem iraniano Mahsa Amini em 16 de setembro. Autoridades iranianas denunciam que o apoio dos EUA, israelenses e vários estados pró-imperialistas incitam incitar a violência e abriram caminho para atos terroristas, como o que aconteceu em Shah Cheraq.
O exército está pronto para a guerra
Os militares do Irã reiteram sua total prontidão. “O exército reitera sua lealdade ao comandante-em-chefe das Forças Armadas, o aiatolá Seyed Ali Khamenei, e anuncia sua prontidão para combater, juntamente com o povo iraniano, a arrogância do mundo e defender a Revolução Islâmica e seu Sistema”, lê-se em um comunicado emitido sexta-feira pelo Exército por ocasião do Dia do Estudante.
A declaração listou vários complôs e crimes cometidos durante as últimas décadas pelos EUA contra a nação persa: O golpe de 1953 que derrubou o governo do primeiro-ministro Mohammad Mosadeq, a tentativa fracassada de dividir o Irã em 1980, o ataque militar ao Irã em abril de 1980, conhecida como Operação Garra de Águia, apoiando grupos terroristas e contrarrevolucionários como Mujahideen Khalq (MKO) que assassinou 17.000 cidadãos iranianos, apoiando o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein a atacar o Irã (1980-88), impondo sanções desumanas ao país, criando guerras por procuração na região contra o Irã e a frente da Resistência, e planejando e direcionando a agitação no Irã.
A grande presença da nação iraniana mostra que a juventude do Irã islâmico ainda está em defesa da própria Revolução, contra o desgaste permanente promovido pelo imperialismo. Os mesmos inimigos colocam suas forças em alerta e estão preocupados que a República Islâmica tome medidas contra eles, e com base nisso, eles agora se esconderam sob seu escudo defensivo por medo da ação do Irã contra eles.
Em conclusão
O Irã, país mais desenvolvido do Oriente Médio, com os maiores níveis de ensino e igualdade, além de militarmente nocivo à Israel, sofreu mais uma tentativa frustrada de golpe. Em uma das datas mais importantes da Revolução Iraniana, o povo foi as ruas contra o golpe, e não houve nenhuma manifestação contrarrevolucionária, o que demonstra o nível de ligação do povo com a revolução e a artificialidade dos movimentos pró-imperialistas, cada vez mais fáceis de serem identificados, porém, ainda amplamente apoiados inclusive pela esquerda identitária, pró-EUA.
Partidos pequeno-burgueses como PSTU, UP, PCB e PSOL, durante a campanha golpista contra o Irã, novamente se posicionaram em favor dos Estados Unidos. A imprensa progressista se dividiu entre a defesa do golpe e a omissão, o que demonstra um grande alerta de que esses agrupamentos estão fortemente municiados pelo dinheiro do imperialismo. Quando se entrega a cabeça do Irã ao imperialismo, entrega-se também a cabeça do próprio Brasil.