O imperialismo encostou no futebol novamente. Sob acusações de crimes e violação dos direitos humanos, a Associação Ucraniana de Futebol pediu para que o Irã fosse removido da Copa do Mundo de 2022, que começará ainda neste mês.
As denúncias sobre o Irã recaem sobre a posição da Fifa e das demais associações esportivas ligadas ao ocidente de banir a Federação Russa das competições – como a Copa do Mundo – e alegam que, por sua vez, o Irã está participando ativamente da “invasão” russa contra no território ucraniano.
Os iranianos ganharam destaque na imprensa capitalista virando alvo de críticas após a morte de uma mulher no país, em que alguns alegam que foi pela polícia de bons costumes iraniana e outros por decorrência de um acidente. Uma curiosidade vem, porém, do fato de que se o Irã for removido, a Ucrânia entraria em sua vaga em decorrência da classificatória para a Copa do Mundo.
De toda forma, a exclusão do país muçulmano seria uma forma de “tapetão” – termo popular no futebol – por interesses políticos. Representaria a intromissão da Fifa comandada pelo bloco imperialista em questões internas iranianas cujo próprio povo deveria ser responsável por lidar. Tal intromissão viria, também, em um momento que o imperialismo já visa a confusão no território iraniano, incentivando manifestações artificiais e utilizando do identitarismo como arma para levar seus tentáculos para lá. Nada mais justo, porém, do que a permanência dos iranianos na Copa do Qatar em 2022, já que, dentro de campo – que é onde a situação deve ser resolvida -, eles conquistaram a vaga para a competição no começo das eliminatórias. Não se ganha uma vaga não conquistada por meio da aplicação de jogadas políticas, ainda mais por demagogias e subserviência ao imperialismo.
Esse feitio não passa de uma propaganda imperialista para atacar o Irã e, consequentemente, a Federação da Rússia. O Irã apoia a operação russa de defesa contra o avanço da Otan por seus braços da Europa e dos Estados Unidos, tornando-se, assim, um alvo de ataque imperialista. Tal como a Venezuela na América do Sul e a Nicarágua na América Central, os iranianos são um polo de resistência ao avanço imperialista no Oriente.
Somente os povos podem fazer sua própria história, não os escritórios de Washington. Os imperialistas já fizeram da Ucrânia seu curral de nazistas em 2014, com um golpe de estado e a implementação de um regime ditatorial com parte de sua própria população, em um claro afronte ao direito de liberdade e de existência do povo russo. Sendo assim, a defesa da autonomia do Irã é uma defesa essencial em nome de todos os povos oprimidos.