O futebol brasileiro caminha a passos largos para a privatização. Nesta terça, dia 15/02, o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, chega ao Brasil para fazer uma proposta aos clubes brasileiros para a compra de 25% do campeonato brasileiro de futebol.
Desde a aprovação da legislação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), o futebol brasileiro tem se tornado um paraíso para diversos capitalistas chegarem com rios de dinheiro e propaganda prometendo comprar a felicidade das torcidas no Brasil. Contudo, isso tem como pano de fundo a morte dos clubes e do futebol popular como conhecemos. Cada vez menos os torcedores terão poder de voz em seus times de coração. Assim, a relação será puramente comercial, em que o torcedor assumirá o papel de mero consumidor, seja por meio de produtos oficiais, compra de títulos associativos de mentirinha, pay-per-view ou ingressos que custam o olho da cara.
Essa nova etapa do futebol brasileiro está prestes a ter um novo capítulo. A La Liga, empresa que comanda o campeonato nacional de futebol espanhol, pretende comprar parte do campeonato brasileiro, injetando recursos para poder controlá-lo a seu bel prazer. Essa empresa possui sucursais em diversos países, e agora pretende controlar o maior campeonato de futebol do planeta.
As etapas da privatização do futebol brasileiro são parecidas com o que vemos nas empresas estatais. Primeiro, burocratas incompetentes tornam a coisa cada vez mais inviável economicamente, seja por meio de falcatruas ou imperícia na gestão dos clubes.Como solução, vendem a ideia de que é preciso terceirizar a administração para empresários que, supostamente, entendem do negócio. Acontece que, geralmente, surgem magnatas igualmente incompetentes que, quando não conseguem mais lucrar com o negócio, tiram o time de campo e deixam o clube e a torcida a ver navios. Há diversos casos desse tipo pelo mundo.
A privatização do futebol brasileiro seguirá o mesmo caminho. Se é verdade que a CBF e os cartolas são extremamente incompetentes para gerir o campeonato de futebol, quem garante que uma empresa espanhola terá êxito? Quais os impactos para o torcedor? Quais serão as regras para o campeonato? Como resolver os possíveis conflitos se há um dono que manda na competição? São questões que a imprensa brasileira, máquina de propaganda dos capitalistas do futebol, ou, como dizem os mais espirituosos, corretores de times de futebol, sequer levantam.
O mais importante: qual o interesse de um capitalista espanhol em investir no futebol brasileiro? Definitivamente, não é para o bem do futebol. Basta conhecer como funciona o imperialismo para entender que suas intenções sempre vão de encontro à destruição de qualquer elemento nacionalista dos países pobres visando ao seu domínio.
Dessa forma, é preciso ser radicalmente contra a privatização do futebol brasileiro. É um atoleiro que destruirá uma dos maiores símbolos do Brasil, além de uma importante manifestação cultural de nosso povo.