Biden na Venezuela

Imperialismo, em crise, não sustenta as sanções

Ao procurar o Maduro, Biden revelou a profunda crise do imperialismo, que ao atacar a Rússia, não consegue sustentar o boicote à Venezuela

O conflito na Ucrânia tem mostrado de forma clara a debilidade do imperialismo principalmente em relação à politica e à economia. Com as sanções imposta à Rússia pelo governo norte-americano, Biden teve que recorrer à Venezuela para, segundo ele, conter a “crise energética” que pode se acentuar devido à falta de petróleo, podendo levar o país a uma crise inflacionária sem precedentes. Os Estados Unidos bateram uma máxima com 7,5% de inflação em janeiro deste ano. 

Com a proibição da importação de petróleo e derivados da Rússia, os EUA passam a necessitar, por dia, de cerca de 209 mil barris de óleo mais 500 mil barris de derivados segundo a AFPM, entidade que reúne empresas fabricantes de combustíveis e outros derivados de petróleo. Sendo assim, a Casa Branca afirmou que os Estados Unidos pretendem importar petróleo da Venezuela.

O fornecimento de petróleo e gás da Rússia é essencial especialmente para a Europa, onde países membros da OTAN já relataram não terem condições de embarcar nesse tipo de sanção. Isso mostra que a atual fraqueza politica e econômica norte-americana e do imperialismo de conjunto faz com que não consigam sustentar duas sanções ao mesmo tempo. Por outro lado, é uma tentativa de isolar ainda mais o governo russo e, ademais, acentuar o controle dos Estados Unidos sobre a Europa.

Nos Estados Unidos, abriu-se uma crise no parlamento: senadores republicanos apresentaram, nesta quinta-feira (9), um projeto de lei que proibiria a importação de petróleo, derivados e gás natural do Irã e da Venezuela para os Estados Unidos. Os senadores dos EUA Marco Rubio, Dan Sullivan, Steve Daines, Kevin Cramer, Roger Marshall, Thom Tillis, John Hoeven, Rick Scott e James Lankford, disseram em comunicado que o governo Biden “escolhe apaziguar as ditaduras no Irã e na Venezuela em troca de maus negócios e falsas promessas.”

Ou seja, está instaurada uma profunda crise no seio do imperialismo. Biden enfrenta resistências em seu país frente à sua resposta catastrófica à crise na Ucrânia, o que resulta em um crescente nível de desaprovação de seu governo.

A burguesia imperialista também tem consciência de que não pode isolar completamente a Rússia, pois isso poderia prejudicar de forma vertiginosa a economia mundial. Os russos são responsáveis por mais de 40% da importação de gás da Europa. As sanções podem elevar e muito a conta de energia de milhões de residências no continente em pleno inverno. Outro ponto é que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e 30% é destinado a Europa. Portanto, o barril de petróleo que, até o momento do fechamento desta matéria, está em torno de US$ 120, pode chegar a 150 dólares nas próximas semanas e manter aumentos sucessivos.

A Rússia, por sua vez, sofrerá com as sanções. Porém, manter suas relações econômicas com a China pode escoar boa parte, ou se não tudo, do que será embargado pelos norte-americanos. Putin também chegou a afirmar para a agência de noticias AFP que a Rússia irá superar as sanções ocidentais. Neste sábado (12), Biden anunciou um novo pacote de sanções contra os russos. A imprensa imperialista chega a dizer que esse seria o fim da Rússia. No entanto, não é o que parece.

Para a Venezuela a questão é positiva, e trará alivio financeiro para o país que sofre embargo econômico do imperialismo há alguns anos, e que foi piorado com o ex-presidente Trump em 2019. A Venezuela produz hoje em dia em torno de 800 mil barris de petróleo por dia e poderia chegar a 1 milhão/dia nos próximos meses. Caberá agora esperar os acordo e posições dos dois países para ver o quão benéfico ou não será as negociações entre EUA e Venezuela.

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