A cidade de Haia, na Holanda, pediu isenção da sanção imposta à Rússia pela União Europeia na última quinta-feira, dia 25 de agosto. A medida determina que, até o dia 10 de outubro, todos os países do bloco, governos e órgãos públicos, devem encerrar os contratos existentes com empresas russas. Contudo, como apontado ao longo do processo de crise e sanções, com a chegada do inverno, a Rússia, que tem um papel central no abastecimento de gás, usado para o aquecimento da população europeia, teria uma vantagem.
Haia atualmente recebe o combustível da empresa russa Gazprom, e realizou uma licitação no meio do ano na UE, mas não conseguiu nenhuma oferta de fornecedor. Nesse sentido, o município pede isenção para o cumprimento da sanção até o dia 1° de janeiro de 2023, data em que alega ser possível estabelecer com segurança o fornecimento de gás por conversas individuais com os possíveis fornecedores.
A situação de Haia não é excepcional. A cidade é a primeira a pedir isenção das sanções, mas a situação dos demais países do bloco europeu não está resolvida, e os governos da UE enfrentam uma crise política geral, com a queda de primeiros-ministros na Inglaterra, na França e na Itália, como exemplos destacados.
A crise do imperialismo provocou a própria situação em que se encontra agora a União Europeia. Na busca de superar o esfacelamento econômico geral do capitalismo, o imperialismo buscou uma guerra contra a Rússia, tentando golpes na Bielorrússia e no Cazaquistão, mas ambos falharam. Com isso, se utilizou da Ucrânia, onde o golpe havia sido realizado em 2014, para agredir o país. A resposta russa pegou de surpresa o imperialismo, que, ao não conseguir reagir propriamente, se desmoralizou internacionalmente ainda mais, como já havia acontecido após a derrota avassaladora no Afeganistão que, por sua vez, indicou ao governo russo o momento propício para agir.
Conforme passe o tempo, a crise se aprofundará. A chegada do inverno na Europa ainda nem ocorreu, mas a confusão no continente é geral. A UE, em nome do capital financeiro, da burguesia imperialista, buscou sacrificar o povo ucraniano para agredir a Rússia. Agora, se confrontam os países com o sacrifício de sua própria população ao frio para tentar manter de pé uma ofensiva que nada diz respeito aos trabalhadores de país algum. Resta uma questão, no meio de tamanha crise econômica, e subsequente crise política, aceitarão os trabalhadores europeus o frio em nome da agressão a um povo que não é seu inimigo?