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Uriel Schramm

Dirigente nacional da Aliança da Juventude Revolucionária e estudante da UnB. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV. É membro da Coordenação Nacional dos Comitês de Luta e responsável pela organização dos comitês de juventude em todo o País.

Ditadura da vacina

Fuvest mostra: é preciso acabar com os vestibulares

Arbitrariedade contra estudantes que não tomaram vacina apenas ressaltar caráter antidemocrático dos vestibulares

Conhecido por ser um dos mais difíceis vestibulares do Brasil, a FUVEST, prova de ingresso nas USP, anunciou obrigatoriedade da terceira dose da vacina para a realização da prova na última quarta-feira. Não só se trata de uma medida totalmente arbitrária, como se soma ao caráter reacionário e antidemocrático dos próprios vestibulares. 

A medida, que estava fora do edital, foi adotada na véspera da prova. Ou seja, aqueles estudantes que não tomaram a segunda dose de reforço precisaram tomar quatro dias antes da prova, ou mesmo, foram barrados na porta de entrada. 

Antes de comentar propriamente sobre essa barbaridade contra os estudantes, convido o leitor a pensar qual o sentido da existência de uma avaliação severa para permitir o ingresso em uma universidade?

Pois bem, o argumento central para defender a existência de vestibulares é uma farsa. Não são, de maneira alguma, testes para saber se o estudante está apto ou não para estudar conhecimentos mais profundos. Pelo contrário, foram criados para impedir o ingresso de mais estudantes, especialmente da classe trabalhadora, no ensino superior.

Pense comigo, a sociedade não precisa de mais médicos? Mais professores? Mais cientistas? Mais universidades? Ora, para o povo com certeza, mas para os capitalistas quanto mais mão de obra qualificada, menos mão de obra barata e maior a dificuldade de explorar a população. Para os imperialistas, quando menos jovens ingressarem no ensino superior, mais o País se torna depende das tecnologias estrangeiras.

Pois bem, neste contexto as provas já se tornaram barreiras cruéis para a juventude ingressar nas universidades. As avaliações são repletas de uma série de “decorebas” e fórmulas específicas sobre assuntos tendenciosos sobre a sociedade.

Ensinados, ou melhor, repetidos incessantemente em cursinhos particulares ou em escola privadas feitas sobre a base destas provas. Esse fator, somado a crise e o acirramento da luta de classes, faz que cada vez mais jovens desistam de ingressar no ensino superior e passem a trabalhar em condições de escravidão. A título de exemplo, o ENEM deste ano foi o menor em índice de inscritos em 17 anos, no qual apenas cerca de 3,3 milhões de estudantes se inscreveram para as provas. 

Ainda, existe a mentira grotesca de que não há dinheiro público para financiar a construção de mais universidades. A realidade é outra. Todo o dinheiro que deveriam financiar a educação vai para as mãos dos capitalistas e do imperialismo. 

Com o orçamento federal do Brasil, trilhões de reais, existem plenas condições de construir mais escolas, mais universidades, e um sistema de educação capaz de formar todos os interessados no ensino superior. O problema de fato é que maior parte do dinheiro do povo vai para as mãos dos banqueiros. Em 2021, por exemplo, 50,78% de todo o orçamento federal foi para juros e amortizações da dívida pública, e apenas migalhas, 2,48%, foram para educação. 

O objetivo é claro. Cada vez mais impedir que a classe trabalhadora se instrua no ensino superior e cada vez mais destruir o ensino público, tornando-o refém dos tubarões capitalistas e da rede privada de ensino. Para estudar, é preciso pagar, seja em uma escola privada, um cursinho particular ou em uma universidade privada.

Como se não bastasse este caráter totalmente antidemocrático dos vestibulares, a obrigatoriedade da segunda dose de reforço é outro verdadeiro ataque ao direito democrático dos jovens. Não só todos deveriam ter o direito de ingressar em uma universidade, mas, ao menos, todos deveriam ter o direito de fazer um vestibular. 

Se alguns setores populares não quiserem se vacinar, eles têm esse direito. Impor a vacinação ou invés de uma campanha de convencimento é atacar diretamente a liberdade e os direitos do povo. A medida, para piorar, não estava nem no Edital da prova, anunciada apenas dias antes do acontecimento da avaliação. Assim, os jovens que não tomaram a primeira dose da vacina foram impedidos de participar.

É mais um ataque a juventude trabalhadora. Ao invés de obrigar os estudantes a se vacinaram e criar mais obstáculos para o ingresso nas universidades, é preciso lutar, como luta a Aliança da Juventude Revolucionária, pelo fim destas avaliações grotescas e da destruição do ensino público. É preciso lutar para garantir um ensino público de qualidade para todos.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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