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Feminismo barato

Feminismo trash

Mais um filme previsível com alguma carga de identitarismo e lugares-comuns.

Tive o desprazer de assistir ao filme Fresh (2022, Mimi Cave), dirigido por uma mulher, com roteiro de outra mulher (Lauryn Kahn).

O filme é um verdadeiro lixo, bem como o roteiro. Uma mulher vive atrás de encontrar um namorado. Tem algumas desilusões. E, quando encontra alguém que pensa ser o namorado ideal, acaba se dando mal. O sujeito é um médico que sequestra mulheres para retirar partes de seus corpos e traficá-las para clientes que apreciam a carne humana como uma iguaria.

A mulher é presa pelo médico; é-lhe extraída uma parte do traseiro e é obrigada a experimentar carne humana. Procura, então, seduzir o sequestrador como meio para escapar.

O roteiro do filme é banal e previsível; é um roteiro quase igual ao de diversos outros filmes do gênero.

Quando a moça, finalmente, vai para a cama com seu sequestrador, ao fazer sexo oral com ele, arranca-lhe o pênis com os dentes e foge. Consegue, ainda, livrar outras duas mulheres que também estavam no poder do sequestrador, prontas para irem para o abate.

As três conseguem fugir. São perseguidas pelo sequestrador, mas acabam matando-o com um tiro no olho. Em seguida, aparece a esposa do sequestrador. Uma loura submissa, que também havia sofrido na mão dele, mas que acabou como cúmplice e sócia de seus negócios.

Ela encontra uma das fugitivas e se diz também vítima do mesmo sequestrador, apenas para ganhar a confiança dela. Aproveita-se disso e começa a esganar a fugitiva. Mas acaba sendo morta por outra fugitiva que aparece de repente.

As três escapam. Final feliz. Uma bosta.

Mas, sobreveio a dúvida: Por que uma mulher faria um filmes como esse?

Expliquemos. É uma alegoria feminista. Mas não deixa de ser uma estupidez.

A mensagem que o filme quer passar é a seguinte. As mulheres que se sentem atraídas por homens, aparentemente seguros, e que inspiram a elas segurança, acabam, invariavelmente, caindo na armadilha de um relacionamento abusivo.

O homem é sempre um açougueiro interessado apenas em carne humana.

A libertação da mulher ocorre quando ela se livra do desejo pelo homem. E isso é retratado no filme pela emasculação de seu opressor.

O homem é opressor de todas as mulheres, sejam elas brancas, negras ou asiáticas, como as três prisioneiras do filme.

Por último, resta o papel atribuído à esposa do sequestrador. Ela é uma mulher loira, símbolo de opressão. Mas foi oprimida pelo homem e passou a oprimir outras mulheres. O filme quer dizer com isso que toda mulher que aceita a opressão é, por isso, opressora de outras mulheres. A mulher que aceita o papel de oprimida é inimiga das mulheres, é um obstáculo para a libertação da mulher.

O filme consegue colocar essas mensagens na tela, mas ninguém as percebe porque o filme é muito ruim. É um verdadeiro lixo. É aquilo que se chama, em linguagem de cinema, de filme trash (lixo). Trash não é uma forma de qualificar um filme, é um gênero cinematográfico, que faz do exagero, da escatologia e da apelação uma linguagem.

O grande problema desse filme Fresh é que ele é trash nos dois sentidos. Fresh significa “carne fresca”, referência ao que se come no filme e à mulher inexperiente. O grande problema desse filme é a mensagem que ele transmite: a mulher nunca pode se relacionar com um homem e só encontrará a verdadeira libertação ao lado de outra mulher. Essa mensagem está clara.

Ao final do filme, duas das vítimas do sequestrador, que eram amigas mesmo antes de serem sequestradas, repetem o quem uma dizia para a outra no começo do filme:

— Eu te amo, diz uma.

— Eu te amo mais ainda, diz a outra.

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