Criada em 2004 ainda no primeiro mandato de Lula, a Farmácia Popular tornou-se um programa fundamental para os trabalhadores, sobretudo os mais pobres, no que diz respeito ao acesso à medicamentos, ainda mais em casos de doenças graves como parkinson. Vítima de inúmeros ataques do regime golpista e, agora, praticamente destruída pelo governo de Jair Bolsonaro, a Farmácia Popular tem hoje menos de um terço do valor de investimento governamental desde o início do golpe de Estado.
É o que apontam os dados oficiais apresentados pelo orçamento do programa Farmácia Popular para 2023, que já está defasado em cerca de R$1,8 bilhão, segundo os cálculos do Instituto Brasileiro de Saúde e Assistência Farmacêutica (Ibsfarma), também conhecida como “Cuida Brasil”. Os dados levantados apontam que o valor apresentado pelo orçamento de Bolsonaro, já criado antes das eleições, era de tornar o investimento na Farmácia Popular, o menor desde 2013 que é quando inicia a série histórica. Isso vale ressaltar ainda que os dados são em valores correntes, ou seja, não contém em conjunto os valores atualizados pela inflação. Caso fosse realizado com essa base o cálculo, teríamos em 2023 o menor valor da história do programa social, independente da contabilização da série iniciada na última década.
O impacto dos cortes tem previsão de reduzir em mais da metade o número de pessoas atendidas pelo programa. Os números de 2022, no qual 20 milhões de pessoas puderam usufruir do programa, já eram baixos. Agora a expectativa é que menos de 10 milhões tenham de fato acesso aos benefícios. Tudo isso enquanto a inflação cresce rapidamente, em conjunto com o desemprego e o não aumento real do salário mínimo.
A defasagem de recursos ultrapassa a marca de R$1 bilhão em relação à demanda de atendimentos do serviço, segundo o levantamento. Com isso, atendimentos e tratamentos às pessoas que sofrem com dislipidemia, rinite, Parkinson, osteoporose, glaucoma e até mesmo a disponibilidade de fraldas geriátricas para necessitados, sofrerão forte ataque.
Estes são os resultados de seis anos de regime golpista no País. Lula tomando posse precisa pôr a frente o programa de reivindicações populares que se opõe a estes ataques gigantescos feitos à população trabalhadora. É preciso aumentar os recursos e universalizar o programa social.