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Cadê o Estado?

Faltam testes para o povo e culpa do contágio é do próprio povo?

Faltam testes, a contaminação cresce e a culpa é jogada em cima dos 20% ainda não vacinados!

A pandemia tem avançado de forma desenfreada no país. Com a variante Ômicron do coronavírus, a contaminação tem se dado de maneira bem mais acelerada do que as variantes anteriores. Já os testes para detecção do vírus, ao contrário, estão cada vez mais em falta. E com a omissão dos governos federal e estaduais, a situação tende a ir se agravando, uma vez que o comprometimento orçamentário é prioritariamente para o bancos e as corporações capitalistas.

Nos últimos dias o números do contágio estão superando os 200.000 casos positivos diários. Dia 26 de janeiro, segundo dados do Ministério da Saúde, foram 224.567 casos confirmados no Brasil. E a demanda por testagem tem crescido sobremaneira. Mesmo para quem pode pagar pelo teste, em farmácias ou laboratórios que oferecem o serviço, muitas vezes não há disponibilidade do material necessário.

Devido ao aumento da demanda por exames laboratoriais para diagnóstico da Covid-19, a Abramed, Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, divulgou uma nota aonde alerta para o risco da falta de testes, tanto de RT-PCR como de antígeno. Na nota, emitida em 12 de janeiro, a associação orienta que pacientes assintomáticos e com sintomas leves permaneçam isolados e não procurem por testes.

No estado mais populoso do país, São Paulo, uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Sindhosp), concluiu que em 88% dos laboratórios privados no estado tem havido problemas para repor os testes de Covid-19 e influenza. O órgão de defesa do consumidor do estado tem ido a campo para verificar o aumento dos relatos de dificuldades para agendamento e realização de exames.

Conforme divulgado pela CNNBrasil, numa matéria de 19 de janeiro em seu portal, a falta de testes é resultado de dois fatores: o aumento exponencial na demanda e a concentração da produção dos insumos em alguns poucos países. Os testes rápidos de antígenos dependem de insumos que vêm basicamente da China e da Índia. Da mesma forma, para o teste RT-PCR, considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Covid-19, faltam insumos e recursos humanos para processamento dos testes, já que muitos profissionais estão contaminados pela Covid-19 e afastados de suas funções.

Diante desse quadro, em algumas cidades tem havido o racionamento de testagem para detectar a Covid-19, como em Varginha-MG. A Prefeitura do município determinou que os testes fossem racionados para sua população por causa do aumento expressivo dos casos da doença na cidade e a falta de testes. Segundo a prefeitura, os exames da rede pública de saúde estão sendo feitos por ordem de prioridade, primeiramente os casos mais graves ou com sintomas mais fortes e, se possível, os demais.

Vemos uma total incoerência nisso tudo. Ou seja, deixam faltar os testes, não estabelecem medidas de controle para evitar ou diminuir o contágio e ao mesmo tempo querem obrigar todos a tomarem a vacina. É mais barato comprar as vacinas do que colocar em prática ações que evitariam a propagação descontrolada da pandemia, como não deixar faltar os testes, por exemplo. Afinal o Estado subjugado pelo capital deve garantir que o dinheiro gerado pelo sofrimento e o trabalho do povo continue fluindo para os bancos assim como aumentando o lucro das corporações farmacêuticas.

Atualmente o Brasil já possui o percentual de 70% de sua população vacinada com as duas doses. Os que receberam pelo menos uma dose já são 79% e 20% do povo já recebeu a dose de reforço. Apesar disso, como se explica esse crescimento rápido do número de contaminados e a procura cada vez maior por testes? É uma total contradição. São os não vacinados que estão se contaminando e transmitindo o vírus apenas? Obviamente que não. O maior contagio continua se dando na superlotação do transporte público, nos locais de trabalho cheios e nas escolas. E vacinados também se contaminam e transmitem o vírus.

Querer culpar o cidadão não vacinado pela propagação rápida do Covid-19 e pelo crescimento dos números de casos é uma política diversionista. Pretende-se com isso desviar a atenção para a inoperância, a incompetência e o descaso do Estado capitalista no trato às questões essenciais para a população. O mesmo se aplica quanto ao intento de se usar métodos ditatoriais para obrigar as pessoas a se vacinarem contra a sua vontade. Uma arbitrariedade contra o direito individual das pessoas.

Essa situação se deve ao total descaso das autoridades públicas para com a saúde no país. Não fizeram praticamente nada para conter o avanço da pandemia. Apenas quando havia o temor do acirramento da revolta popular é que apareceram com uma oferta mais ampla de vacinas. Isso quando já havíamos atingido as 400.000 mortes, em números oficiais. A quantidade real de óbitos pode ser muito maior.

Como já falamos inúmeras vezes, desde o início, lá pelos idos de 2020, seria preciso realizar a testagem em massa. Seria preciso também isolar os casos positivos, assim como fornecer auxílio financeiro de verdade e flexibilizar os horários do comércio e da indústria para amenizar o acúmulo de pessoas no transporte público. Isso é tão efetivo que temos o exemplo vitorioso de países como Cuba. Apesar de ser um país muito pobre e totalmente sabotado e atacado pelo imperialismo, o governo cubano conseguiu controlar a pandemia em seu território, evitando, assim, muitas milhares de mortes de seus cidadãos.

No Brasil, nada disso foi feito, pois custa o dinheiro que os governos não querem destinar ao combate das agruras que fustigam o povo. Quando vemos que pelo menos metade do orçamento federal é reservado aos bancos, sendo isso um tema de debate terminantemente proibido até na esquerda, entendemos o porque da situação desesperadora que é imposta pelos governos submetidos aos interesses capitalistas contra o povo do país. Com o sangue do povo se garante o lucro dos bancos e das corporações capitalistas, como a criminosa indústria farmacêutica.

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