Por ser o esporte mais popular do mundo, o futebol movimenta um lucrativo mercado. Como não poderia deixar de ser, o imperialismo cerca de diversas maneiras esse mercado para controlá-lo. A Copa do Mundo é um dos eventos esportivos mais importantes do planeta, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos, e o desempenho das seleções nacionais tem grande impacto no desenvolvimento dos negócios em torno do futebol.
No entanto, assim como acontece em outras áreas da economia, a dominação imperialista não acontece num mar de tranquilidade. No caso da Copa, as armas usadas são basicamente sua poderosa imprensa e seu poder de corromper. Os jornalistas da imprensa imperialista inundam os meios de comunicação com denúncias estratégicas contra os países atrasados que estejam na disputa, além de mirar seus jogadores e profissionais do esporte quando possível.
O poder de corromper é usado da forma tradicional, comprando juízes, bandeirinhas, “árbitros de vídeo” e jogadores. No caso da equipe de arbitragem, não é preciso explicar muito, a manipulação dos resultados através de pênaltis marcados ou ignorados, a tolerância com infrações violentas ou a intolerância sob qualquer pretexto banal, fazem parte do folclore do futebol. Já jogadores podem ser, por exemplo, subornados para cometer faltas duras nos principais jogadores de países atrasados que se destacam no esporte, em primeiro lugar, o Brasil.
Mesmo assim, quando a bola rola, tudo é possível. Logo na primeira fase da Copa do Catar, já caíram Alemanha, Bélgica, Dinamarca e Canadá. Com a exceção do Canadá, que não tem tradição no esporte, os outros três são tratados pela imprensa burguesa como gigantes do futebol, com destaque menor para a Dinamarca. A Alemanha teria, por exemplo, colhido em 2014 os frutos de um longo e estruturado planejamento. Caiu na primeira fase das duas Copas seguintes, um recorde negativo realmente impressionante. No caso da Bélgica, muito foi escrito sobre a tal “geração belga”, que seria o suprassumo de uma seleção de futebol. Ficou atrás de Marrocos e Croácia, superando apenas o “dente de leite” Canadá.
Nas oitavas de final, foi a vez da badalada Espanha cair diante de Marrocos. Quem nunca se deparou com comentaristas esportivos explicando a genialidade do “tiki-taka”. Depois de um empate em 0 a 0, os espanhóis não conseguiram marcar nem mesmo um gol nas cobranças de pênaltis, perdendo por 3 a 0. Estados Unidos também caiu nesta fase, mas ainda não conseguiu se estabelecer como uma seleção de futebol importante.
Já nas quartas, caíram nada menos do que três: Holanda, Inglaterra e Portugal. Os ingleses caíram diante da França, até aí como dizem “briga de branco”. Mas Portugal caiu para um país africano e a Holanda para um sul-americano. Depois dessa dança das cadeiras, sobraram além da França, um africano, um sul-americano e um país europeu atrasado, um dos pedaços que sobraram da destruição da Iugoslávia.
Como menção “desonrosa” é importante citar a seleção italiana, tradicionalmente retranqueira e copeira, que conseguiu acumular quatro taças. Os italianos nem sequer conseguiram se classificar. Após a queda da Alemanha, nenhuma outra seleção tinha a possibilidade de empatar com o Brasil em títulos mundiais. É óbvio que tudo o que puder ser feito para dar o título aos franceses, será feito pelo imperialismo, mas nessa altura já não é possível pintar convincentemente o futebol dos países imperialistas como algo tão elevado.