O jogo contra a Croácia que, através da arbitragem parcial e o VAR, ocasionou a eliminação do Brasil na Copa do Catar foi demonstração de como os capitalistas europeus sufocam a iniciativa dos povos oprimidos. Entretanto a parte dessa luta mais marcante é a campanha realizada pela imprensa venal, o portal Terra em uma de suas matérias coloca o futebol brasileiro e croata em mesmo nível técnico, prevendo ainda a perpetuação do segundo nesse patamar.
A matéria
O texto inicia focando na atuação de Luka Modric, que atualmente tem 37 anos e provavelmente não terá o mesmo desempenho na Copa de 2026. É interessante não haver o mesmo enfoque na atuação do Neymar, que ainda tem 30 anos e é o melhor jogador da atualidade, exceto quando esse defende algum time europeu.
O autor Felippe Rocha, continua que outros 3 jogadores, Perisic, Lovren e Vida, não deverão participar da copa em 2026, por estarem com 37 anos, sendo 2 titulares. Rocha segue afirmando que “O grupo tem condições de manter o alto nível”.
Mas quando olhamos os jogos em si, não encontramos o alto nível mencionado, apenas uma forma de jogo pouco criativa, prevalente no futebol europeu. Um futebol do ponto de vista técnico individualmente e coletivamente, muito inferior ao brasileiro.
A justificativa
Para dar alguma credibilidade ao seu argumento Rocha, faz uma perspectiva histórica da participação da seleção croata nas copas mundiais. Ele apresentou também os à participação da seleção brasileira no mesmo interstício.
Entretanto, a demonstração não colabora com o argumento. Comparadas as atuações das duas seleções no período de 1998 a 2022, temos:
Croácia:
- 1 final (2018, vice)
- 2 semifinal (1998, 2022 disputando 3° lugar)
- 3 primeira fase (2002, 2006, 2014)
- 1 ausência (2010 não disputou)
Brasil:
- 2 final (1998 vice, 2002 campeão)
- 1 semifinal (2014 quarto)
- 4 quartas (2006, 2010, 2018, 2022)
Mesmo sem considerarmos posse de bola, chutes ao gol e outros dados, os números demonstram a superioridade do futebol brasileiro. Supremacia inquestionável pelo próprio número de 5 títulos como campeão.
Os mais próximos do realizado pela seleção brasileira são a Alemanha e Itália, com 4 títulos de campeão. Não havendo nenhuma seleção que tenha acumulado 3 títulos de campeão, Argentina, Uruguai e França 2 títulos, Espanha e Inglaterra 1 titulo.
O povo contra o lucro
No Brasil desde a mais tenra idade, os jovens têm contato com o futebol, estando esse esporte como parte de sua cultura. O número imensurável de adeptos, com inúmeras horas de prática e o fato do futebol fazer parte da vida cotidiana dos brasileiro, torna o nosso futebol o melhor do mundo.
Tanto do ponto de vista técnico individual, quanto do ponto de vista coletivo, nossas práticas são superiores, por isso exportadas para o restante do mundo. Ocorre que o futebol, como tudo que envolve um número considerável de pessoas, não é apenas um esporte, o mesmo é um negócio de proporções astronômicas.
Todo desenvolvimento, resultado no futebol tem reflexo direto na vida econômica. Uma população que se tornasse campeã mundial terá maior movimentação econômica. Todos os setores da economia respondem, desde a venda de cervejas e adereços esportivos, até a própria produção industrial.
Por isso há uma movimentação do imperialismo em torno das Copas, para que suas seleções levem o título. Aqui não chegamos nem a comentar os ganhos políticos desses governos perante suas classes trabalhadoras.
Pressão contra os trabalhadores
Visando os lucros, há uma imensa campanha contra o futebol, esse patrimônio da classe trabalhadora. No caso do futebol brasileiro a campanha toma uma proporção maior pela envergadura do nosso futebol e pelo fato dos países imperialistas não conseguirem reproduzir nossa arte.
A campanha de que o “futebol arte” é inferior ao futebol europeu, dá-se tão somente o fato de que os capitalistas europeus não conseguirem reproduzir o fenômeno do “futebol arte” em seus clubes. Um grande problema, é nossa imprensa capitalista, totalmente vernal, reproduzir essa campanha sem o menor pudor.
Infelizmente, essa realidade de reproduzir as campanhas imperialistas contra o “ futebol arte”, um fruto de nossa classe trabalhadora, ocorre até em grupos da esquerda pequeno burguesa. O ruído feito pelos capitalista estrangeiros, acaba cantado pelo capitalistas nacionais e pela esquerda pequeno burguesa.
