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Victor Assis

Editor e colunista do Diário Causa Operária. Membro da Direção Nacional do PCO. Integra o Coletivo de Negros João Cândido e a coordenação dos comitês de luta no estado de Pernambuco.

O que o relatório mostrou

Esquerda não deveria defender a caixa preta das urnas

Resistência do TSE em apresentar todos os dados para perícia abre brecha para que eleições sejam contestadas

As Forças Armadas entregaram, na última quarta-feira (9), o seu relatório sobre o funcionamento e a segurança das urnas eletrônicas utilizadas no processo eleitoral de 2022. No documento, os “especialistas” concluem que não foi possível detectar fraude nas eleições, mas, ao mesmo tempo, alegam que as máquinas não são perfeitamente seguras e ainda criticam a falta de informações fornecidas pelo TSE.

Para os setores mais otimistas, que vivem em um mundo cor de rosa e qualquer notícia é obrigatoriamente positiva, o relatório significaria a “posse antecipada” de Lula. Seria o desfecho do segundo turno, a garantia de que o resultado não será contestado. Trata-se, no entanto, de uma análise irresponsável. Embora os militares não tenham apontado a ocorrência de fraude, o relatório deixa brechas para que, no futuro, a eleição seja apontada como ilegítima. Basta ver os trechos abaixo:

“É importante registrar que o TSE definiu limites de acesso ao sistema, o que dificultou a análise dos códigos-fonte […] foram autorizadas somente análises estáticas, ou seja, foi impossibilitada a execução dos códigos-fonte […} não foi autorizado o acesso ao sistema de controle de versões do SEV […] não há certeza de que o código presente nas urnas é exatamente o que foi verificado”

Ou seja, no final das contas, as Forças Armadas disseram apenas que não encontraram fraude, e não que não houve fraude. Em outras palavras, afirmaram que não é possível assegurar a confiabilidade da urna eletrônica, uma vez que seus mecanismos são sigilosos até mesmo para os militares. Seguindo essa lógica, confiar na urna eletrônica seria um ato de fé, não há nada de técnico ou de científico nisso.

Na medida em que o TSE se recusa a fornecer todas as informações sobre a urna, a desconfiança de que há algo de podre se torna ainda maior. Notem que o TSE se recusou a dar o código-fonte não para a equipe do governo Lula, mas para as Forças Armadas, que é cúmplice sua na manutenção do regime político! Quer dizer, é uma caixa preta, ninguém, absolutamente ninguém, a não ser os funcionários sob a tutela de Alexandre de Moraes, o homem que lavou as mãos para a coerção patronal no final do segundo turno e mandou derrubar os perfis do PCO na internet, sabem o que tem nela.

Se as Forças Armadas utilizarão isso para insinuar uma fraude eleitoral no futuro, não se sabe. Mas uma coisa é certa: a esquerda não deveria compactuar com o esquema sigiloso do TSE. Por um lado, estará endossando uma urna que ninguém sabe como funciona, e que muito bem pode se voltar contra os interesses dos trabalhadores. Por outro, estará estimulando, neste caso, a desconfiança no sistema eleitoral que, por causa das contradições do regime, acabou permitindo a vitória eleitoral de Lula.

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