Desde o início da pandemia, não houve trégua de denúncias contra os serviços de saúde, e neste momento de novo agravamento com a variante ômicron, não é diferente. A procura por atendimento médico está enorme, o que provoca filas de horas para conseguir um atendimento médico. Também não há testes de Covid ou de influenza suficientes para atender a população, além da falta de várias medicações básicas como antibióticos, anti-inflamatórios e o fosfato de oseltamivir (para influenza), que custa uma média de R$100,00 dependendo da miligrama. Neste momento, não se encontra o fosfato de oseltamivir nem em farmácias particulares.
É importante colocar que desde o golpe contra Dilma Rousseff, e a consequente crise de desemprego que desde então assola o país, muitas pessoas perderam o convênio saúde, o que colabora para uma maior procura do SUS. Também é preciso pontuar que com a política de desmonte do SUS em âmbito nacional, as terceirizações, as contratualizações do governo João Doria em São Paulo, e outros governadores e prefeitos pelos Estados e municípios brasileiros, também faltam médicos e enfermagem.
Um exemplo da falta de políticas públicas de saúde no combate à pandemia e da influenza, que diga-se de passagem, houve um surto totalmente fora de temporada e não se explica por quê, pode ser observada em Brasilândia, bairro da zona norte de São Paulo.
Em maio de 2020, após anos de espera, foi inaugurado às pressas o Hospital Municipal da Brasilândia, inicialmente com 20 leitos de UTI e 16 leitos de enfermaria, para atender pacientes com COVID-19. Hoje, com o funcionamento total dos leitos (406), o hospital está com 80% dos leitos ocupados. Durante o ano de 2021, o bairro esteve em segundo lugar em casos de Covid em São Paulo.
Os prontos-socorros (PS, UPA), unidades de especialidades (AME) e as unidades básicas de saúde (UBS), também estão superlotadas com casos de gripe e Covid. Os moradores denunciam que as pessoas ficam todas juntas nas esperas, pessoas com diagnóstico de covid19 e não diagnosticadas. Vale lembrar que a vacina contra influenza para a nova cepa H3N2, ainda não saiu.
Outra questão que os moradores da Brasilândia lembram é que não existe apenas Covid e influenza, e os serviços de saúde estão deixando de lado tais doenças, muitas crônicas e que dependem de tratamento constante. Cirurgias, exames especializados, medicações especiais, tudo cancelado ou em falta. Medicações de alto custo também faltam, e não é de agora.
O que deve ser denunciado a plenos pulmões é que os governos federal, estaduais e municipais nada fizeram. Doria, por exemplo, além de propaganda de autopromoção e esperar até o último minuto para adquirir vacinas, o que acabou causando que o Estado mais rico do Brasil seja o que mais teve mortes por COVID-19, não fez mais nada! Mas isso não é totalmente verdade: ele também abriu as escolas, manteve a farsa da propaganda do fique em casa junto com a propaganda de que a economia não pode parar…
E com toda essa esculhambação com o SUS, com o povo trabalhador, agora querem impor o passaporte da vacina, oprimindo ainda mais as pessoas. Já não basta falta de moradia, alimentos, remédios, atendimento médico, emprego? Agora os golpistas também estão culpando a população pela pandemia!