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Descaso

Em Guarulhos, 32 milhões de doses de vacina podem estragar

Melhor dar dinheiro para os monopólios farmacêuticos do que imunizar a população

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Quase 32 milhões de doses da vacina da Janssen estão paradas, sem uso, em um galpão de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, segundo informação divulgada pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo, nesta quarta-feira (26)

Segundo a reportagem, um informe técnico do Ministério da Saúde publicado hoje revela que dessas 41 milhões de doses, somente 9.202.380 doses foram distribuídas para estados e municípios na campanha nacional de imunização contra a covid-19.

Considerando que mais de trinta por cento da população não foi imunizada, com dose única ou duas doses conforme a vacina, resta a pergunta do por que que essas vacinas estão paradas.

A resposta pode ir muito além da má administração, o governo tem gastado uma verdadeira fortuna com as vacinas da Pfizer. Ou seja, jogam-se vacinas fora para favorecer um monopólio. O importante não é vacinar o povo, mas dar dinheiro pros monopólios, principalmente a Pfizer

Do ponto de vista geopolítico, o atraso da vacinação no Brasil é bastante interessante para os países imperialistas. Assim como no mercado interno os capitalistas maiores terão maior competitividade sobre os menores, no espectro global, as empresas imperialistas instaladas em países onde a população será mais rapidamente imunizada sairá na frente na disputa com os mais atrasados.

Enquanto os países que compõem o G20 possuem mais de 80% das vacinas, os países africanos têm somente 0,6% do total (dado exposto pela OMS, em novembro de 2021). Os países da África Subsaariana, em sua maioria, não ultrapassaram até agora os 10% da população vacinada com ao menos uma dose! Mesmo na Europa há forte desigualdade: nos países atrasados e oprimidos da Europa, ou seja, na Europa Oriental, a vacinação anda a passos lentos – há países em que menos de 20% da população tomou as duas doses ou a dose única; a Bulgária, que, inclusive, compõe a União Europeia, tinha apenas 24% da população com o esquema vacinal completo até outubro de 2021.

A vacinação, neste aspecto, é uma farsa, porque não existe na realidade para os países africanos. E, se os países africanos não se vacinam, porque a indústria farmacêutica lhes nega esse direito, tais países produzem novas variantes que ameaçam a saúde e a estabilidade do mundo inteiro.

Outro aspecto próprio do capitalismo em relação às vacinas – além do monopólio para os países imperialistas das vacinas e a completa falta delas para os países atrasados – diz respeito à própria produção científica. A Coronavac, vacina aplicada no Brasil, possui apenas 50% de eficácia.

E ela não é a única que possui uma baixa eficácia: dentro do capitalismo, inclusive na ciência, a produção é realizada mediante o processo mais lucrativo. Ou seja, as vacinas são produzidas para gerar lucro – mesmo que, para que se gere lucro, seja necessário sacrificar a eficácia delas. Então temos que as vacinas produzidas são apenas uma fração do que poderiam ser se estivéssemos em uma sociedade socialista – tanto em quantidade, quanto em qualidade.

Por óbvio, mesmo a Moderna, a Pfizer, a Astrazeneca e, especialmente, a Coronavac sendo menos eficazes do que poderiam ser, justamente para atender aos interesses dos laboratórios que as produziram, é necessário exigir que o povo tenha o direito de ter acesso a elas, que elas estejam disponíveis para toda a população mundial. Apenas com a ampliação significativa da cobertura vacinal é que será possível combater o surgimento de variantes; enquanto continentes inteiros não ultrapassarem os 10% de vacinados com a primeira dose, o planeta inteiro seguirá refém do vírus e, por conseguinte, os capitalistas do setor continuarão esbanjando os lucros.

O papel da esquerda é denunciar o regime vigente, denunciar a classe dominante e sua política de espoliação. De modo algum, deve-se aderir à histeria da esquerda pequeno-burguesa que apresentam como “negacionismo”, “terraplanismo”, “bolsonarismo”, etc. qualquer crítica feita às vacinas, à indústria farmacêutica ou a maneira com que a burguesia guia o processo de vacinação.

Esse tipo de histeria só serve para deixar a esquerda à reboque de seus maiores inimigos. Não podemos, sob nenhuma circunstância, deixar de denunciar com toda veemência que os laboratórios científicos sejam privados e atuem de acordo com o interesse particular, isto é, de acordo com os lucros. A lógica que subordina o desenvolvimento das vacinas ao mercado mundial e não aos critérios meramente técnicos só pode deixar de existir quando o modo de produção capitalista for derrubado pela revolução proletária. Não apontar que a burguesia sabota a vacinação na África para lucrar mais, que as vacinas têm uma eficácia menor do que poderiam ter, que estamos presenciando uma saga para entregar o sistema público de saúde a brasileiro aos monopólios é jogar areia nos olhos da população.

A burguesia e a terceira via têm sua própria política para a questão das vacinas, diariamente exposta na grade de programação da Rede Globo, e a esquerda não deve se subordinar a ela; ao contrário. É dever da esquerda ter um programa próprio, que alerte e exponha para a população os interesses dos capitalistas no mercado trilionário da vacina, e que conduza para a libertação da humanidade.

Portanto, o atraso na vacina não é apenas incompetência do governo, mas um plano muito bem executado de destruição da economia nacional e entrega das riquezas do país. Por isso, é necessária uma mobilização de massas para garantir a vacinação universal e gratuita, sem as enormes vantagens da vacinação privada para os capitalistas.

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