O governo de Jair Bolsonaro provocou uma destruição gigantesca das universidades brasileiras, tendo, inclusive, aprovado o programa “Future-se” que autorizou a venda e dilapidação do patrimônio das universidades.
Universidades e escolas como IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) relataram ter tido, em apenas um mês, mais de milhões congelados de verba que já estava prevista. O governo Bolsonaro, em meio às eleições, mandou congelar mais de 328 milhões de reais no ensino superior. A medida foi feita pelo ministro que é queridinho dos banqueiros, Paulo Guedes. A Universidade de Brasília (UnB) relatou situação similar em meados deste ano, tendo mais de R$ 36 milhões bloqueados, quase 20% do orçamento anual da instituição.
Existem setores que buscam apresentar as medidas como atos de um governo tresloucado de extrema-direita e autoritário, mas não é tão simples assim. Essa característica do governo Bolsonaro é um traço comum de toda a direita dita “civilizada”, como o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Eles são o principal defensor deste tipo de política de austeridade.
Enquanto menos de 5% do orçamento federal é destinado para a educação, mais de 50% do orçamento é destinado para pagar os juros e amortizações da dívida pública, ou seja, é destinado para pagar especuladores e grandes capitalistas.
Em diversos momentos, o movimento estudantil apresentou a reivindicação de ensino público e gratuito para todos, sempre foi respondido com o problema de financiar a educação. Como vemos, há dinheiro no orçamento, ele só não está destinado para o povo brasileiro.
Com a chegada do governo de Lula, é preciso iniciar uma ampla campanha para que essa situação seja revertida, que se tire dos especuladores para financiar a educação e as universidades, para que o ensino superior se torne um direito e deixe de ser um privilégio.
Países mais pobres que os nossos já têm um sistema de educação superior onde não existe vestibular e as pessoas podem fazer faculdade livremente. É o caso da Argentina, que é mais pobre que o Brasil, mas já têm um sistema universitário sem vestibular e gratuito, basta inscrever-se e entrar. É absurdo que a maior economia da América Latina tenha que viver para sustentar especuladores e acabe ficando atrás, em várias questões, de países mais pobres que o nosso.
O governo de Lula não irá promover a frio as mudanças que estamos defendendo aqui. Ele não irá comprar a briga com o grande capital internacional de livre e espontânea vontade. O movimento tem que tomar as ruas e tornar suas reivindicações uma realidade.