Os representantes eleitos da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), ou seja, do fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, denunciam que a direção golpista da Caixa, que detém o controle do fundo através dos seus três representantes, do total de cinco, sendo que os outros dois são representantes eleitos pela categoria, pretende reduzir a representatividade dos bancários da Caixa na Funcef.
“Segundo os representantes dos participantes, é possível aos indicados a utilização da vantagem temporária, superveniente do Estatuto, como método desequilibrado para o tratamento de questões sensíveis, sem considerar o ponto dos participantes.
De acordo com o diretor de Benefícios, Jair Pedro Ferreira, entre as ameaças colocadas está a retirada de atribuições e áreas dos participantes na gestão da Fundação. ‘Isso se dá através da modificação das estruturas organizacionais e de cláusulas previdenciárias para retê-las sob controle único e centralizado, podendo torná-las prejudiciais aos participantes e favorável à agenda da patrocinadora’”. (site Contraf/Cut 01/11/2022) Esta medida do governo neoliberal de Jair Bolsonaro, é mais uma demonstração do gigantesco interesse, por parte dos banqueiros nacionais e internacionais, em colocar as mãos nos fundos de pensão das estatais brasileiras, que constituem um patrimônio em torno de R$ 1,2 trilhão, e que são alvos da cobiça dos especuladores financeiros.
O Fundo de Pensão dos Trabalhadores da Caixa é o terceiro maior fundo de pensão do Brasil e um dos maiores da América Latina, com um patrimônio ativo total superior a R$ 65,8 bilhões e mais de 134 mil participantes.
Um dos pontos principais do projeto dos golpistas para por as mãos nos fundos de pensões das estatais é justamente introduzir mudanças na escolha dos dirigentes onde o sistema permitisse que a experiência como dirigente sindical contasse tanto quanto a de ter sido executivo em uma empresa. De fato, o que está por trás de tal proposta, é mudar o modelo de gestão dos fundos de pensões e acabar com diretorias, terceirizar a gestão dos investimentos e transferir várias atribuições de diretores eleitos pelos funcionários para os diretores indicados pela direção das empresas, com isso reduz o poder dos associados para aumentar dos patrões. É uma clara política de entrega completa do controle do fundo construído pelos trabalhadores para os abutres.
É preciso reagir, a mais essa investida da direita golpista nas ruas. As direções sindicais devem organizar, imediatamente, uma gigantesca mobilização dos trabalhadores da Caixa, conjuntamente com os demais trabalhadores das estatais, contra a política de rapina da direita reacionária ao patrimônio dos trabalhadores.