Recentemente, a prefeitura de Goiânia anunciou seu desejo de fechar as bibliotecas públicas das escolas. O argumento dado pela equipe do prefeito, entretanto, é que as bibliotecas não seriam fechadas, mas apenas haveria o remanejamento de algumas salas de leitura, o que consiste em mais uma desculpa para o avanço dos ataques aos trabalhadores.
Goiás, assim como o Distrito Federal, foi alvo de uma investida da militarização das escolas, onde diversos locais de ensino da rede pública foram militarizados, piorando o nível e tornando as escolas regimes policialescos. Um ponto importante que as escolas públicas sempre tiveram, no entanto, foi permitir às crianças e jovens da classe operária que tivessem acesso à educação e a questões básicas, por vezes sendo o único local onde conseguiam realizar uma refeição ou ter acesso à leitura. A burguesia, todavia, realiza sistemáticos ataques à educação pública, sendo o caso de Goiânia um dos mais recentes a ser destacado.
Outro argumento trazido pela prefeitura, além do remanejamento das salas, foi que as bibliotecas não estavam sendo usadas. Essa última informação pode ser até verdadeira, tendo em mente que não existe nenhum incentivo à leitura e que, cada vez mais, a juventude é obrigada a estar inserida no mercado informal para trazer algum sustento para casa. Mas, não é fechando as bibliotecas que existirá alguma solução.
O Tribunal de Contas do Município, entretanto, barrou os ataques da prefeitura de Goiânia, acatando o pedido do vereador do Partido dos Trabalhadores (PT) que alega que o fechamento das bibliotecas não trará nenhum fim positivo e é, inclusive, ilegal.
Caso realmente houvesse uma preocupação por parte do poder público em facilitar o acesso dos filhos dos trabalhadores às escolas, não seria necessário improvisar com essa balela do remanejamento das salas. A receita é clara: novas escolas devem ser criadas, enquanto as que já existem podem e devem ser ampliadas. Qualquer solução milagrosa que surja, como as apresentadas pela prefeitura, não passam de ataques aos trabalhadores camuflados de uma preocupação que não existe.
Já não existe nos dias de hoje um incentivo à leitura, algo fundamental na formação do ser humano. Fechar as bibliotecas fará com que a juventude apenas permaneça longe dos livros e de uma formação teórica e intelectual que a escola deveria prover. Assim como a militarização das escolas, o fim das bibliotecas compõe um ataque à educação pública financiado pelos tubarões da educação, que visam piorar a vida do trabalhador para lucrar em cima do suor de quem trabalha.
Defender a classe operária é defender uma educação pública e gratuita, em que seus filhos possam estudar e adquirir uma bagagem cultural e prática necessária para o mundo em que estão inseridos, e é por isso que é necessária a construção de novas escolas e a ampliação das já existentes, pois estudar não deve ser um privilégio, mas um direito de todos.