Na tarde desta terça-feira, 13, o líder indígena Vitorino Sanches, de 60 anos, foi assassinado por pistoleiros no município de Amambai, Mato Grosso do Sul. O índio Vitorino já havia sofrido um atentado no dia primeiro de agosto, onde uma emboscada organizada por pistoleiros alvejou seu veículo com mais de 10 tiros, onde ficou baleado com um tiro no braço e outro na perna.
Em nota o Conselho Aty Guassu, organização que congrega lideranças indígenas do estado declarou nas redes sociais que “35 tiros foram disparados contra Vitorino hoje, mais um parente indígena Guarani Kaiowá que perdemos nessa luta em que o estado tem se silenciado. Não suportamos mais tanta dor e luto, precisamos de apoio e proteção, já são meses de ataques e assassinatos presentes em nossos territórios, pedimos apoio e que esse genocídio contra nossos irmãos e irmãs acabe, estamos cansados de tanta dor e perseguição”.
A região vem sendo palco de inúmeros ataques e destacando devido os massacres, assassinatos e perseguições de latifundiários contra os indígenas e as demarcações. Em 24 de junho deste ano, policiais do Batalhão de Choque, da Polícia Militar a mando do governo do estado, na pessoa de Reinaldo Azambuja (PSDB) e seu secretário de Justiça e Segurança Pública, o carniceiro Antônio Carlos Videira, ex-delegado de polícia, deixou vários feridos e um indígena assassinado, identificado como Vito Fernandes, de 42 anos.
Em 14 de julho, o indígena guarani-kaiowá Márcio Moreira morreu após ser atingido por um disparo de arma de fogo, feito por dois homens que estavam em uma moto, depois de outra emboscada.
Em 2011, 40 pistoleiros, armados e encapuzados, invadiram uma retomada de índios guaranis no município de Amambaí (MS) e executaram a liderança Guarani Anísio Gomes. E desde então os ataques se intensificaram com apoio do governo do estado.
A polícia militar, polícia civil e polícia federal estão sendo utilizados como pistoleiros dos latifundiários com total apoio do governador tucano. Diante disso é preciso organizar os comitês de autodefesa dos indígenas para se defenderem dos ataques e dos assassinatos recorrentes no estado e que estão cada vez mais violentos e corriqueiros.