Por quê estou vendo anúncios no DCO?

OTAN Global

China eleva o tom com a OTAN

China, por meio do Global Times, eleva o tom com a OTAN e diz que ingerência no Pacífico está fadada ao fracasso

Após declarações de Liz Truss, secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, China eleva o tom contra a OTAN. Em editorial publicado no Global Times nesta sexta-feira (29), uma espécie de porta-voz não oficial do governo chinês, o palavreado utilizado é bastante sarcástico e deixa um pouco de lado a defensiva usual dos chineses.

O título do editorial questiona: “‘A OTAN deveria proteger Taiwan?’ Secretária de Relações Exteriores do Reino Unido novamente em um sonho imperial”. Na verdade, quase podemos ler algo como ‘A OTAN poderia?’. O fato é que, após o fiasco no Afeganistão, a China não tem se intimidado com as ameaças dos EUA. Embora manobre muito diplomaticamente, tem deixado bastante claro que não vai aceitar ingerência na Ilha.

Um outro fator que deve ‘animar’ o discurso chinês é, seguramente, o fato de a Rússia ter peitado o imperialismo e iniciado uma operação militar na Ucrânia. É por isso que estamos vendo tamanha movimentação de Estados Unidos, Inglaterra e União Europeia tentando colocar a casa em ordem.

Citando o Financial Times, o editorial diz que Liz Truss, em banquete em Londres, fez um discurso belicoso. Seu alvo era a China. Truss afirmou que a OTAN deve ter uma visão Global e antecipar as ameaças no Indo-Pacífico. Disse também ‘sem rodeios’ que eles devem garantir que democracias como Taiwan sejam capazes de se defender. O Global Times afirmou que é justo dizer que tais comentários são as declarações mais descaradas e ambiciosas dentre as feitas por políticos americanos e ocidentais, nos últimos tempos, sobre a “globalização da OTAN”.

Segundo o editorial, os comentários de Truss surgiram enquanto membros da OTAN discutiam o novo “conceito estratégico” do bloco. Há um debate muito acirrado sobre quanta ênfase devem dar a essa “ameaça à segurança” que a China representa na região do Indo-Pacífico. No mesmo dia, o Comandante do Indo-Pacífico dos EUA disse que a OTAN é um “modelo muito bom” para a região, para aquelas nações que prezam a liberdade. O jornal ironiza dizendo que as pessoas já estão bastante acostumadas com essas dobradinhas EUA-Reino Unido.

Desde a eclosão do embate Rússia-Ucrânia, afirma a matéria, alguns políticos nos EUA e Ocidente têm constantemente distorcido os fatos, ligando deliberadamente o conflito à questão de Taiwan, na tentativa de jogar a “carta de Taiwan” para conter a China. Truss, durante a crise Rússia-Ucrânia, antes mesmo do início da operação militar, se antecipou para exacerbar a “ameaça da China” e “avisou” que o país poderia se aproveitar do conflito para lançar sua própria agressão no Indo-Pacífico. Até o ex-primeiro-ministro australiano, Paul Keating, a criticou duramente, chamando-a de “demente” e sofrendo de “mania de grandeza”.

Há de fato um frenesi, na política externa britânica, afirma o editorial, devido à crise na Ucrânia. O Reino Unido, por estar fora da UE e ter uma “relação especial” com os EUA, pensa ter uma posição mais flexível que os dois, e muitas vezes repete palavras, de forma muito meticulosa, dizendo e fazendo coisas que para Washington seriam inconvenientes e às vezes sendo ainda mais agressivo. Alguns políticos em Londres enxergam isso como uma fonte de distinção e superioridade. E quanto mais repetem, mais parecem sentir o calor do antigo status do Reino Unido como “O Império em que o Sol nunca se pôs”.

Embora o Reino Unido, pós-Brexit, veja a “Grã-Bretanha Global” como seu objetivo estratégico esperando tornar-se um líder mundial, com o passar dos anos, diz o Global Times, a chamada “Grã-Bretanha” vem se pendurando ainda mais aos EUA. Truss afirmou que seria a “Thatcher moderna”, mas ela mais se parece com a chefe do escritório do Departamento de Estado dos EUA em Londres.

Desde que assumiu o cargo, Truss tem apontado o dedo contra a China em quase todas as principais questões, incluindo Taiwan, Hong Kong e Xinjiang. Ela tem seguido as ordens de Washington. E o pragmatismo da diplomacia do qual os britânicos costumavam falar desceu cada vez mais para o oportunismo e o radicalismo. No rearranjo global de Washington, o Reino Unido está cada vez mais disposto a ser uma “pedra”.

Em julho passado, o Reino Unido enviou seu porta-aviões da classe Queen Elizabeth para o Mar da China, mas precisou de navios de guerra da Itália para compor uma frota, desdenhou o Global Times. Durante a visita à Índia, no final de março, Truss tentou persuadir o país a não comprar petróleo russo, mas o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, disse que estava comprando petróleo com desconto. E afirmou que “se você olhar quem são os principais compradores de petróleo e gás da Rússia, acho que descobrirá que a maioria deles está na Europa”. Descartando, então, essa demanda irracional do Reino Unido.

Mesmo enquanto suas forças continuam a declinar, alguns políticos britânicos e americanos começaram a fantasiar em torno de um “controle mental” – ou seja, restabelecer a “superioridade” global da civilização anglo-saxônica. A própria Truss, segundo o editorial, não esconde isso. Em um discurso no ano passado, pediu para a Grã-Bretanha parar de se culpar pela sua história colonial, e em vez disso se orgulhe de sua identidade e status. Por isso, não surpreende que, embora os políticos do Reino Unido tenham se revezado para seduzir a Índia, e a elogiando com todo tipo de bajulação, a resposta interna a isso nesse país tem sido medíocre. Os indianos dizem que o Reino Unido ainda adota uma mentalidade colonial em relação à Índia.

Na verdade, afirma o artigo, a Índia não é o único país que enxergou isso. Cada vez mais países reconhecem a natureza de uma série de atividades circunscritas entre Reino Unido e EUA em nome dos chamados “valores comuns” e da cultura que prioriza anglo-saxões. Truss e sua laia tentam trazer a OTAN para a Ásia e desestabilizar o Pacífico, mas estão fadados ao fracasso, afirma o Global Times. Tratar a China como um “concorrente sistêmico” é também, definitivamente, um grande equívoco na estratégia “Global Britânica”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.