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Eleições

Censura identitária pode se virar contra a candidatura Lula

Histeria favorece a ditadura do TSE, que pode se valer do clima de "caça às bruxas" para impor uma série de restrições à esquerda

Na última semana, vimos se erguer uma campanha perversa e reacionária, vinda diretamente da imprensa burguesa e de figuras destacadas por ela. A campanha se configurou como um ataque direto ao maior podcast do país, o Flow — com 3.7 milhões de inscritos no canal do YouTube — e direcionado à figura de um dos apresentadores do programa: Bruno Aiub, o Monark.

O apresentador se enrolou um pouco, mas fez uma colocação simples: a liberdade de organização deve ser um direito, ou seja, garantida a todas as pessoas. O exemplo discutido era o dos nazistas, isso é, se tal direito deveria abarcar inclusive a eles (portanto, ser um direito), e o apresentador do programa colocou que sim, um ponto democrático.

Bastou isso para que a direita “democrática” iniciasse uma virulenta campanha, acusando o apresentador de apologista do nazismo e/ou nazista, empurrando um clima de histeria sobre a questão. Como tradicional, a esquerda pequeno burguesa caiu de cabeça na campanha da burguesia e de sua imprensa. Não só a liberdade de organização, segundo a esquerda pequeno-burguesa, não deveria ser assegurada, mas a liberdade de expressão também não. Nesse sentido, Monark teria violado alguma lei simplesmente expressando uma ideia democrática, diga-se de passagem.

Esse clima de histeria serviu para a esquerda novamente se arvorar à direita. Se esquecem, porém, de quem é o judiciário em que declaram confiança para reprimir partidos e correntes políticas. Foi o “democrático” Tribunal Superior Eleitoral – TSE, instituição ditatorial, que fraudou as eleições de 2020, cassando Lula, impedindo que ele sequer aparecesse na propaganda do PT. Também foi o judiciário, que segundo essa esquerda subordinada da burguesia, deveria poder decidir quais partidos podem ou não existir, que impôs uma verdadeira ditadura contra a campanha de rua, invadiu campi universitários etc.

Sob o clima histérico de perseguição criado pela imprensa burguesa e seus asseclas, a campanha rapidamente se tornou, de campanha contra o nazismo, em campanha contra o comunismo. O próprio Jair Bolsonaro se juntou à campanha, “grande antifascista” que é, apontando a necessidade de combater o nazismo e, logo depois, colocou que não só o nazismo deve ser combatido através da lei, mas também o comunismo. Esse é o ponto central da campanha, é de onde sempre veio a perseguição às organizações dos trabalhadores, e é do mesmo lugar que vem o questionamento à liberdade de organização.

Farsa escancarada, esquerda se une a toda a direita na defesa da repressão do Estado burguês, inclusive a Bolsonaro

É importante colocar que o clima de histeria vem, em todos os momentos, como ferramenta da burguesia contra a esquerda. No momento, em que a luta da esquerda gira inegavelmente em torno da candidatura de Lula, também contra ele essa ferramenta pode ser utilizada. A justificativa “democrática” de “combater os excessos” pode rapidamente ser usada também pelo TSE, tribunal ditatorial e golpista, para buscar legitimar outro golpe nas eleições, restrições maiores à campanha de rua, proibições de vários tipos através da retirada de direitos políticos. A histeria democrática estabelece um clima onde qualquer medida arbitrária e antidemocrática se torna viável.

A partir da história, que comprova esses ataques serem sempre, inevitavelmente direcionados com toda a força contra a esquerda, que as liberdades democráticas devem ser defendidas de maneira total, irrestrita. Se abre mais uma possibilidade de golpe na eleição pela postura da esquerda. No momento em que estamos, a burguesia não irá desperdiçar qualquer manobra. É essencial defender a liberdade de expressão, a liberdade de organização, a liberdade de discutir e travar a luta política. Qualquer retrocesso de aparência pontual, contra um “indefensável” ou outro, pode ser e será usado contra o conjunto da classe trabalhadora, seja contra Lula, contra as organizações operárias, pela restrição de liberdades de campanha de rua e o que mais queira a burguesia.

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