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Preso político

Caso Assange expõe hipocrisia sobre direitos humanos no Catar

Julian Assange é a verdadeira prova de que o imperialismo não se importa nem um pouco com direitos humanos

20190411 skynews julian assange arrested

Nesta sexta-feira (25), o futuro presidente Lula e parte de sua equipe devem se encontrar com uma delegação da WikiLeaks, em São Paulo, para discutir a oposição à extradição de Julian Assange, jornalista preso pelo imperialismo, no Brasil. A visita faz parte de um tour pelo mundo realizada pela equipe da WikiLeaks para intensificar a campanha pela liberdade de Assange.

A delegação, formada por Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell, passará também pelo Rio de Janeiro e por Brasília. No momento, eles se concentram em uma campanha pela América Latina, visitando líderes de países de esquerda e movimentos sociais para aumentar a campanha pela liberdade do jornalista.

A hipocrisia imperialista

Julian Assange é um dos exemplos mais gritantes da atualidade da violação de direitos humanos por parte do imperialismo. Preso por revelar crimes imperialistas, sobretudo crimes de guerra, a equipe da WikiLeaks, assim como a família de Assange, denuncia que a perseguição política imposta ao jornalista, com vigilância constante, é uma violação absurda dos direitos humanos imposta pelo imperialismo. Afinal, o imperialismo o encurralou por sete anos na embaixada do Equador, onde ficou exilado de 2012 a 2019, e o prendeu em um presídio de segurança máxima por três anos, com risco constante de uma extradição aos EUA onde pode muito bem ser torturado física e psicologicamente.

Mas isso, obviamente, é escondido. Atualmente, o imperialismo, em conjunto com a imprensa burguesa, realiza uma campanha ferrenha contra o Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, afirmando que o país viola os direitos humanos, os direitos das mulheres e dos homossexuais. Decerto que se trata de um regime autoritário que deve mudar, mas não é por meio da imprensa burguesa e da pressão do imperialismo que isso vai acontecer. 

Obviamente que todas essas acusações são intensificadas, como no caso onde a imprensa acusou o país de ter matado 6.500 pessoas nas construções dos estádios para a Copa — acontecimento facilmente desmentido, uma vez que, além do número ser absurdo por si só, seria necessário jogar uma bomba nas obras para chegar a essa estatística. No fim, não existe nenhum tipo de prova sobre o assunto.

Quanto às mulheres e aos LGBTs, nada mais natural do que um país fundamentalista religioso não permitir os relacionamentos em questão, assim como cercear diversos direitos das mulheres que já foram conquistados em outros países. O interessante é que a imprensa coloca como se, agora, o Catar fosse o único país o qual passa por essa situação, apagando do mapa, por exemplo, diversos países do Oriente Médio, região que inclusive é atrasada por culpa do próprio imperialismo. Desconsidera completamente que o país atrasado sempre foi uma monarquia absolutista, fundamentalista religiosa, que possui uma visão, sobretudo moral, bem diferente dos países imperialistas.

Nesse sentido, se o imperialismo acusa o Catar de violação dos direitos humanos, é de se esperar que todos os países chamados desenvolvidos sejam um verdadeiro exemplo na questão, não é mesmo? Pois bem, não é bem assim que se sucede à questão

O caso Assange

Julian Assange é fundador da WikiLeaks, sendo preso em 2019 após passar 7 anos exilado na embaixada do Equador em Londres, quando teve seu pedido de asilo político revogado pelo golpista Lenin Moreno, recém empossado no cargo de presidente no país latino-americano.

A WikiLeaks fez sua fama após, em 2010, divulgar mais de 700 mil documentos relacionados à crimes de guerra cometidos pelos Estados Unidos e outros países imperialistas. Documentos, vídeos, fotos — tudo isso foi jogado na internet como uma bomba, fazendo com que o imperialismo perseguisse Assange até o inferno com todo tipo de falsas acusações, armando emboscadas e tentando comprar seus aliados para colocá-lo na cadeia.

Assange, no final das contas, havia conseguido asilo político na embaixada do Equador, onde passou 7 anos de sua vida, tendo inclusive casado e tido dois filhos. O jornalista é acusado de 18 crimes pelos Estados Unidos e, juntas, suas penas de prisão acumulam 175 anos. Posteriormente foi descoberto que, durante seu tempo na embaixada, o jornalista era observado por meio de câmeras e escutas implantadas pelos EUA — algo que, curiosamente, configuraria o crime de espionagem, algo que o país acusa Assange de fazer. Sua equipe de advogados até mesmo processou a Central de Inteligência Americana (CIA) por esse fator, mas o caso, obviamente, não foi para frente.

Julian Assange vem sendo mantido em um presídio de segurança máxima desde então. São poucas as informações que recebemos sobre o jornalista, mas é certo que sua saúde piora cada dia mais, tendo inclusive sofrido um pequeno derrame cerebral, de acordo com sua esposa, no final de 2021.

Um processo de extradição para os EUA tem tramitado na corte britânica por um bom tempo, com inclusive uma juíza não aprovando sua extradição imediata por ter medo do que os EUA fariam com o jornalista. No fim das contas, a extradição não faz nenhum sentido porque, assim como afirmou o próprio Assange, ele nunca nem mesmo pisou nos Estados Unidos.

Agora, com o imperialismo tentando abafar a campanha pelo seu nível estrondoso de violação de direitos humanos, a delegação da WikiLeaks tenta angariar apoio para que o jornalista consiga, no mínimo, fazer como Edward Snowden, perseguido pelo imperialismo também por revelar seus crimes, e levar Assange para algum país que o proteja minimamente das garras dos EUA.

Considerações finais

Assange é apenas um caso de violação extrema dos direitos humanos cometidos pelo imperialismo. Poderíamos, por exemplo, citar cada um dos 700 mil documentos, fotos e vídeos disponibilizados pelo jornalista para exemplificar ainda mais a hipocrisia da burguesia. 

Do que adianta acusar, nesse sentido, o Catar de violar os direitos humanos sem nenhuma prova e desconsiderando completamente a cultura do país quando, com provas, o imperialismo realiza coisas mais absurdas ainda, violando tudo o que é tipo de direito humano desde sempre? Tudo isso deixa evidente que o imperialismo utiliza tais alegações apenas quando o interessa e, por esse motivo, sempre devemos manter os dois olhos bem abertos para quando esses países acusam outro de alguma coisa.

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