Sempre ele, Walter Casagrande Júnior, funcionário do jornal golpista Uol/Folha de S. Paulo, após a eliminação do Brasil e a vitória da Argentina sobre a Croácia na semifinal da Copa do Mundo, revela sua programação para atacar o futebol brasileiro.
Casagrande passou a Copa inteira atacando a Seleção, os jogadores brasileiros, a comissão técnica, ex-jogadores etc. Desde o início estava claro que Casagrande, assim como a maioria dos contratados pelo Uol, tinha como objetivo depreciar o futebol brasileiro. O comportamento dele e da imprensa golpista em geral é procurar qualquer motivo que sirva para atacar um dos principais aspectos da cultura nacional que é o futebol. Em coluna do último dia 13 de dezembro, Casagrande revelou aquilo que ele estava pensando desde o começo da Copa:
Sinto muito dizer, mas estamos ficando cada vez mais distantes das grandes seleções mundiais. Os argentinos nos passaram em alta velocidade, e não tenho receio algum de dizer que a melhor seleção da América do Sul são eles, e não mais a gente. Vamos ter que engolir isso.
Ele faz isso após tecer melados elogios ao jogo da Argentina contra a Croácia. Sentimos muito dizer a Casagrande que ele está errado e que sua opinião é tão nova e vale tanto quanto uma nota de cruzeiro.
Primeiro é preciso uma consideração geral sobre o que diz Casagrande. Sua opinião é baseada no que aconteceu em um jogo da Copa do Mundo, nesse momento. Isso significa que ele quer fazer uma apreciação geral da Seleção Brasileira com base em algo pontual, importante, com certeza, mas pontual, que é um jogo de Copa do Mundo. Nesse sentido, poderíamos concordar ou discordar com Casagrande se ele dissesse que o Brasil, nessa Copa, ficou aquém da Argentina. Ele poderia apontar esses fatores para argumentar isso. Eis uma discussão possível de ser feita, ainda que insuficiente se ficar detida apenas em aspecto pseudo-técnicos do jogo e não levar em consideração o todo.
Mas a consideração de Casagrande ao dizer que o Brasil está distante das grandes seleções não diz respeito a esse campeonato. Ele quer impor uma opinião geral sobre a Seleção Brasileira, imputar ao nosso futebol uma inferioridade geral, ou ao menos dos últimos anos.
A ideia é totalmente absurda e isso deveria ser óbvio para qualquer pessoa que acompanha minimamente o futebol. Quais seriam as “grandes seleções” das quais o Brasil está se distanciando, ele não explica, mas por padrão, podemos considerar que são as seleções que já venceram a Copa ou que ao menos têm participações importantes nos mundiais. O que dizer então dessas “grandes seleções”?
A Alemanha, tetracampeã, amarga duas copas seguidas sendo eliminada na primeira fase. A Itália, também tetracampeão, amarga duas copas sem mesmo conseguir participar. A Espanha foi eliminada nas oitavas por Marrocos. A Inglaterra saiu nas quartas. O Uruguai não passou da primeira fase.
No fim das contas, o argumento de Casagrande é uma grande asneira. O Brasil foi eliminado nas quartas pela vice-campeã da última Copa, nos pênaltis. Não que achemos o futebol da Croácia melhor que o do Brasil, mas os fatos devem ser apresentados contra essas opiniões que, na verdade, são uma falsificação da realidade.
Alguém precisaria avisar Casagrande que nas semifinais da Copa ficaram apenas duas “grandes seleções”: Argentina e França. A primeira, não ganha uma Copa desde 1986 e só tem duas, a segunda também só tem duas e sempre foi uma seleção mediana, coisa que mudou recentemente, quando começou a integrar os imigrantes africanos. Imigrantes estes, diga-se de passagem, cuja inspiração para o futebol é o Brasil.
Por que então o Brasil, que saiu nas quartas, com uma campanha muito melhor do que a maioria das “grandes seleções”, considerado o grande favorito por diversos analistas, estaria se distanciando delas? É uma afirmação sem pé nem cabeça. A realidade é que o grande pecado do Brasil foi não ter passado para a semi e ter sido campeão. E se é esse o grande problema, devemos dizer que só a melhor Seleção do mundo e o melhor futebol do mundo pode se dar ao luxo de exigir que em TODAS AS COPAS o único resultado aceito é o de ser campeão do mundo.
E, de fato, a Seleção Brasileira é a ÚNICA SELEÇÃO que participa como favorita real em todas as Copas. Por que Casagrande oculta tudo isso?
Ele diz que “vamos ter que engolir isso”. Não, senhor Casagrande, o brasileiro não vai ter que engolir e se conformar com nada. O brasileiro tem é que aprender a reagir contra todas as sacanagens que são feitas aos jogadores e por consequência contra o povo, sacanagens que partem em primeiro lugar da imprensa pseudonacional para a qual o senhor trabalha. Essa imprensa que é uma sucursal do imperialismo contra o povo brasileiro, essa mesma imprensa que foi uma das principais responsáveis pelos golpes de 1964 e 2016 e pela eleição de Bolsonaro em 2018.
Mas voltemos ao futebol. Como está claro, o Brasil é o melhor futebol do mundo e sempre será a maior Seleção do mundo, apesar das pessoas da imprensa como Casagrande, que têm uma vontade incontrolável de convencer o brasileiro de que ele é um povo inferior.
Em suma, a afirmação de Casagrande não faz sentido nem para essa Copa e menos ainda como uma caracterização geral do futebol.
E na América do Sul?
Casagrande afirma que não tem “receio algum de dizer que a melhor seleção da América do Sul” é a Argentina. Receio de dizer isso ele até pode não ter, mas ele deveria pelo menos ter receio do papel ridículo que faz com essas afirmações.
Vejam que novamente Casagrande faz uma colocação geral sobre o futebol utilizando como argumento o resultado específico dessa Copa. Mas isso não é suficiente. Por que Casagrande não fala que o Brasil colocou diante da Argentina 6 pontos de diferença nas eliminatórias? Será que isso não vale nada? Afinal, os dois times jogaram contra as mesmas seleções.
Alguém poderia argumentar que o que importa é o resultado final. Até podemos concordar com isso, mas o fato é que apenas com o resultado final não é possível dizer que os argentinos são superiores aos brasileiros. Sem entrar nos detalhes de cada jogo, poderíamos concordar que a eficiência dos argentinos foi maior do que a dos brasileiros na Copa, mas daí, dizer que o futebol do Brasil foi ultrapassado pelo da Argentina é um argumento infundado.
Casagrande fala tudo isso porque está programado para atacar o futebol brasileiro. Suas opiniões não têm a pretensão de analisar nada, são pura propaganda ideológica contra o futebol brasileiro. E a quem interessa essa propaganda, essa campanha orquestrada da qual participam os jornais capitalistas? Servem aos grandes capitalistas do futebol que querem lucrar parasitando nossos talentos, convencendo que somos inferiores, podem roubá-los daqui a preço de banana.
Casagrande “aconselha” a CBF a “fugir das escolhas influenciadas por antigos jogadores e treinadores”, se não “demoraremos uma eternidade para voltarmos a ser competitivos”. Esperamos que a CBF não siga o conselho do antigo jogador Casagrande, que despreza tanto o futebol brasileiro. A CBF precisa de pessoas que valorizam o nosso jeito de jogar futebol. Já Casagrande, engatando a campanha direitista e imperialista que quer um técnico estrangeiro na Seleção, diz que nós não temos nenhum técnico com conhecimento.
Aqui, Casagrande também mostra-se um verdadeiro capacho, uma pessoa que acha que as coisas feitas no Brasil são inferiores ao resto do mundo. Bom mesmo são os gringos, de preferência se forem europeus.
O que Casagrande talvez não saiba é que sua “genial” consideração sobre não sermos mais os melhores é o mantra dos amantes dos europeus que se arrasta pelo menos desde 1950. Falavam isso quando o Brasil perdeu em 50, falavam isso quando o Brasil passou de 70 até 94 sem vencer. Casagrande não tem o mérito de ser criativo, suas ideias são requentadas. Pode convencer os confusos agora, mas serão desmentidas pela história, porque é ela que manda.