Resta cerca de uma semana para o início da Copa do Mundo no Catar e o imperialismo já iniciou uma forte ofensiva contra o evento deste ano. Tendo em vista o enfraquecimento das principais seleções dos países imperialistas, sobretudo França, Alemanha e Itália (que nem se classificou), as mais vezes vencedoras do continente europeu, e o claro favoritismo da Seleção Brasileira, a campanha da burguesia internacional decidiu focar na propaganda de que a Copa de 2022 é na realidade, algo abominável.
Orquestrando campanhas em diversos países europeus e com o apoio de artistas internacionais, o imperialismo decidiu utilizar-se da demagogia a respeito dos direitos humanos para atacar a realização da competição. Tanto o ex-presidente da FIFA, Joseph Blater, como agora artistas cotados para realizarem a abertura do evento, como Dua Lipa, lançaram-se na campanha contra a Copa no Catar. A justificativa é a de que o país do Oriente Médio não estaria cumprindo questões relacionadas aos direitos humanos, sobretudo no que diz respeito às mulheres e aos homossexuais.
O evento passou a ser boicotado por outros representantes da burguesia internacional com o mesmo pretexto. O motivo não poderia ser mais claro, se o imperialismo crê que será difícil ganhar a Copa é preciso deslegitimá-la. Nesse mesmo sentido, notícias a respeito de centenas de trabalhadores mortos vem aparecendo na imprensa burguesa, notícias que logo foram reveladas como falsas contra a realização da copa no Catar.
Não se trata aqui de negar que haja mortes. A questão é que essas mortes, conforme mostram os dados do tuíte acima, são dados dos últimos 10 anos e não estão necessariamente relacionados à Copa. É preciso dizer, ainda, que essas mortes são dados fornecidos pelo próprio governo do Catar. Se esse governo é tão monstruoso assim, porque divulga esses dados ao invés de escondê-los?
Não é possível saber quantas dessas mortes foram produto direto das obras da Copa. Mas sendo ou não relacionadas, a campanha do imperialismo é puro cinismo. O Catar é um país capitalista que explora seus trabalhadores como qualquer outro. Ao lermos a campanha internacional acusando o país de “violar direitos humanos” temos a impressão que na Alemanha, na França, Inglaterra ou Estados Unidos não há exploração do trabalho e os direitos humanos são muito respeitados. Um cinismo tradicional do imperialismo quando quer caluniar e colocar em marcha uma campanha contra determinado país.
O que agrava a situação do Catar não é apenas a tentativa de desmoralizar a própria competição como dissemos acima. O país é mais próximo da Rússia de Putin, o que desagrada o imperialismo. Além disso, é na “ditadura sanguinária” do Catar onde está a sede da rede de TV Al Jazeera, que faz uma concorrência aos grandes monopólios de comunicação do imperialismo e sempre com uma visão diferente do que mostram esses monopólios.
A esquerda pequeno-burguesa, programada como um robô, está repetindo essa campanha falsa. Há inclusive a ideia de que não se deveria acompanhar a Copa nem torcer pela Seleção Brasileira por conta disso.
Estados Unidos, Inglaterra, etc. nada podem falar sobre violão de direitos humanos, quando estes são os mais criminosos países imperialistas do mundo. A imprensa imperialista faz assim uma campanha, como mesmo afirmou Rui Costa Pimenta, interessada e mentirosa contra os países atrasados, quando, na realidade, são esses países os verdadeiros responsáveis pela miséria em todas as partes do mundo.
