Na última semana, a Rússia inicou uma operação militar especial na Ucrânia. Desde o princípio, os principais objetivos dos russos ficaram muito claros: desmilitarizar e, além disso, “desnazificar” a Ucrânia. Até o momento, essas promessas têm sido efetivamente cumpridas com um rigor cirúrgico por parte das tropas russas que têm avançado com muita firmeza no território ucraniano.
Como sempre, a imprensa burguesa, servindo aos interesses do imperialismo, iniciou uma venal campanha contra os russos. Os noticiários são constantes e extremamente mentirosos, procurando pintar uma imagem de que Putin seria um ditador sanguinário. E são diversas as alcunhas que atribuem ao presidente russo, desde genocida até mesmo imperialista. Nesse sentido, a burguesia tenta criar como se fosse um universo alternativo, lançando calúnias sórdidas contra as tropas russas.
Entretanto, essa caracterização não pode estar mais distante da realidade. É, acima de tudo, uma propaganda de guerra baixa que serve para deslegitimar a luta pela libertação do povo ucraniano conduzida pela Rússia. Infelizmente, para a burguesia, a própria história do imperialismo desmascara as suas farsas.
Imperialismo, o verdadeiro mal do século
Frente à campanha de calúnias do imperialismo, a China, por meio de uma declaração da missão diplomática do país na Rússia, nos relembrou quem é, de fato, o inimigo dos povos oprimidos. Segundo o país, dos 248 conflitos armados ocorridos entre 1945 e 2001 em 153 regiões do mundo, 201 foram iniciados pelos EUA, o que representa 81% do número total. De cara, vemos que, na realidade, são os Estados Unidos os verdadeiros senhores da guerra, e não a Rússia.
Os números já falam por si próprios mas, mesmo assim, é importante recordarmos o que foram alguns destes conflitos.
Hiroshima e Nagasaki
A começar pelo final da Segunda Guerra Mundial, temos aqui, talvez, o episódio mais famoso no que diz respeito à utilização de armas nucleares.
Em 1945, a guerra já estava praticamente no fim. Mesmo assim, os Estados Unidos, por meio do projeto Manhattan, mostrou ao mundo a primeira bomba atômica na prática, lançada nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão.
O resultado foi devastador. Quase 250 mil pessoas morreram em Hiroshima e cerca de 80 mil em Nagasaki. Tudo em nome da hegemonia imperialista sobre todo o mundo, uma demonstração cruel de poder.
Guerra do Vietnã (1955-1975)
A Guerra do Vietnã, além de produzir horrores, produziu, também, um extenso registro fotográfico que provam a dimensão do terror engendrado pelo imperialismo americano contra o povo vietinamita.
Numericamente, estimativas apontam que cerca de dois milhões de vietnamitas civis foram mortos durante os 20 anos da guerra. Ademais, durante a guerra, os EUA utilizaram fartamente de bombas tipo napalm, além de cerca de 80 milhões de litros de herbicidas.
E qual foi o pretexto desta invasão? A luta contra o socialismo que se organizava no Vietnã.
Iugoslávia
Além de intervir militarmente na região após a queda da União Soviética, a OTAN, encabeçada pelos Estados Unidos, realizou um imenso número de bombardeios em Kosovo em 1999. Segundo relatos, foram cerca de 15 mil pessoas mortas no conflito. Além disso, 200.000 pessoas fugiram do país após a instauração de um governo provisório da ONU com medo de represália. Um verdadeiro genocídio em nome da “defesa dos direitos humanos”.
Guerra do Golfo (1990-1991)
A Guerra do Golfo foi mais um episódio da intervenção dos Estados Unidos em nome da “libertação” do povo das garras de fundamentalistas religiosos.
De 1990 a 1991, tanto os Estados Unidos quanto a ONU e demais países europeus enviaram quase 1 milhão de soldados para o Kuwait. Estimativas apontam que mais de 30 mil iraquianos morreram em decorrência dos bombardeios da coligação imperialista e da ação direta em terra da mesma.
Afeganistão
No ano passado, o conflito no Afeganistão teve um fechamento com a tomada do poder pelas forças do Talibã. Entretanto, as consequências da ocupação americana ressoam até os dias de hoje.
Os números após a devastação do imperialismo são absolutamente assustadores: 98% da população está desnutrida, 9 milhões de pessoas estão à beira da fome. Além disso, são 3,9 milhões de crianças com fome. De maneira clara, os EUA estão matando 2.800 crianças de fome por dia no Afeganistão.
Ucrânia
Por fim, temos a Ucrânia.
Em 2014, o presidente eleito da Ucrânia assinalou uma aproximação com Putin, voltando as costas do país à OTAN e, desta maneira, ao imperialismo. A resposta dos Estados Unidos foi simples: orquestraram e financiaram um golpe extremamente violento que teve como peça central a fomentação e a militarização de grupos neonazistas no país.
Desde então, o país é dominado por forças fascistas que aterrorizam o povo de maneira sistemática. Não é atoa que, com o começo da guerra na Ucrânia, diversas denúncias surgiram acerca de ações nazistas contra o povo.
Fica evidente, portanto, quem é o verdadeiro terror do mundo. Os Estados Unidos fizeram um império baseado em sangue e destruição, aniquilando toda e qualquer força que se opôs à sua dominação. A afirmação de que a Rússia é imperialista simplesmente não condiz com a realidade histórica do mundo. Ela é e, sempre foi, um país atrasado que baseia sua economia na exportação de matérias primas. E mais, é claro que a Rússia não pode permitir que a OTAN ocupe o seu quintal. Putin e todo o povo russo sabem o que fará o imperialismo caso consiga cercar a Rússia.
Finalmente, o imperialismo está em crise e, assim como um animal ferido, eleva o nível das atrocidades cometidas contra a população dos países oprimidos. Por isso, é imprescindível que os países atrasados de todo o mundo se unam na luta contra o imperialismo. É a única luta que pode libertar os trabalhadores de todos os países de maneira profunda e efetiva.