Crise

Bancarrota imperialista: inflação mundial é igual à dos anos 70

Fator faz com que população se revolte ao extremo

A crise mundial tem se intensificado de maneira estrondosa, sobretudo nos países imperialistas, e um dos dados que melhor demonstra esse fato é a inflação.

Na Zona do euro (Alemanha, Bélgica, Chipre, Espanha, Estônia, Irlanda, Grécia, França, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovênia, Eslováquia e Finlândia), a inflação vem batendo recordes durante o ano inteiro, até chegar em seu maior índice da história, marcando 10,7% — em setembro, esse índice era de 9,9%.

Estima-se que, na região, o fator que tenha o maior índice de aumento seja a energia elétrica, com 41,9% em outubro contra 40,7% em setembro — para que se tenha uma ideia do tamanho desse número, basta ver quem está em segundo lugar, no caso, os alimentos, que possuem projeção de 13,1% para o mês.

A situação é crítica ao ponto de que, em 21 de julho, o Banco Central Europeu subiu a taxa básica de juros pela primeira vez desde 2011, de -0,5% para 0%, medida que serve para controlar a inflação na região.

Mas tudo isso pode ser retirado do “economiquês” e observado por meio da política. Uma das principais “crises” que assola a Europa atualmente é a crise energética. Isso é facilmente observado pelo gráfico apresentado acima.

O principal motivo dessa crise é a guerra contra a Rússia travada pelo imperialismo. Países como Reino Unido, França e Estados Unidos tem ajudado Zelenski de mão beijada, financiando todas as atrocidades cometidas pela Ucrânia na região numa tentativa de encurralar a Rússia.

Uma das medidas tomadas para isso acontecer foi a implementação de diversas sanções contra o país, os impedindo de fazer comércio com diversos países e empresas estrangeiras, tentando sufocar a Rússia economicamente — no entanto, o feitiço se voltou contra o feiticeiro e quem mais sofre com isso é a Europa e seu povo.

A Rússia é uma das gigantes do petróleo e do gás no mundo, entrando para o pódio de países mais assediados pelo imperialismo por esse motivo — na realidade, esse é um dos principais motivos pelo qual os países oprimidos estão sempre em algum tipo de guerra ou crise. O Oriente Médio é um grande exemplo disso na medida em que parte de seus países se propõe a ser minimamente nacionalista e, ao mesmo tempo, ter recursos que interessam aos países imperialistas — isso faz com que esses países sejam intensamente atacados para servir às sanhas imperialistas.

*EMDEs são países “em desenvolvimento”, ou seja, países atrasados com uma certa independência, como o Brasil ou a China.

Com a Rússia, a situação é parecida. A diferença é que o país tem muito mais maneiras de se autossustentar e continuar negociando com países oprimidos que defendem sua própria soberania, sejam eles menores, como o Irã, ou maiores, como a China. Isso faz com que, na realidade, o maior prejudicado pelas sanções seja a própria Europa, uma vez que a Rússia deliberadamente cortou todo o seu fornecimento de gás a esses países, deixando-os no escuro.

As contas de eletricidade, sustentadas pelo gás russo, dispararam, e a população começou a pagar a conta. Esse foi um dos eventos mais gritantes que aconteceu nos últimos tempos, abrindo ainda mais uma pequena ferida da crise que se desencadearia nos próximos meses a partir do início das sanções.

O fato é que o imperialismo tem estado nessa situação há anos, se segurando com poucos fios. O estouro da bolsa de valores em 2008 foi outro desses indicativos, algo também demonstrado pelo gráfico já apresentado.

Obviamente, a população não assiste a isso de braços cruzados. As mobilizações, sobretudo nos países europeus, vêm numa alta constante desde o início da pandemia, outra questão que colocou a burguesia em xeque nos últimos anos. Seja pelo fim do uso de máscaras, contra o lockdown ou contra o aumento dos preços estrondosos, a população europeia não tem dado trégua, sendo esse um dos anos em que mais tem se visto greves de trabalhadores nos últimos tempos, todos eles com grande potencial de atrapalhar, e muito, todos esses países. Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos —  todos esses países tem registrado greves de diferentes setores quase que semanalmente.

Tudo isso nos faz lembrar de um período não muito bom para o capitalismo mundialmente — a crise dos anos 70 na Europa.

A crise dos anos 1973-74 atingiu o capitalismo na cabeça, tendo como principal problema a questão do petróleo. As taxas de inflação explodiram e uma enorme crise foi instaurada.

Uma das principais consequências desse fator foi o período revolucionário ao qual a crise acabou levando a população mundial, sobretudo no final dos anos 70. Polônia, Brasil, Irã, Portugal, Nicarágua — todos esses países criaram um embrião revolucionário que ajudaria a virar o capitalismo de ponta cabeça ao incendiarem suas respectivas regiões, tudo isso atrelado ao problema da crise.

Dito isso, não é difícil pensar que estaríamos próximos de uma situação do tipo. Como visto no terceiro gráfico apresentado, a situação atual ainda não é tão crítica como a daquela época. Mesmo assim, considerando as diversas recaídas do imperialismo, não é difícil pensar que apenas uma faísca pode fazer o capitalismo, mais uma vez, virar de ponta cabeça

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