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Biden de chapéu na mão

Aumenta a crise entre Arábia Saudita e governo norte-americano

EUA vão tentar 'convencer' os árabes a produzirem mais petróleo para diminuir a pressão da Rússia sobre o mercado mundial, mas os árabes não querem pagar a conta da crise.

O Oriente Médio é uma das regiões do planeta onde a crise internacional do capitalismo se manifesta de forma mais bem-acabada e, por este motivo, mais violenta. Há mais de 40 anos a classe operária iraniana se levantou contra a ditadura imposta pelos EUA dando origem a revolução de 1979 que desestabilizou o domínio imperialista da região. As décadas que se passaram são de crises seguidas, primeira e segunda guerra no Iraque, guerra e derrota no Afeganistão, guerra na Síria, guerra no Iêmen e os casos de cada vez mais independência da Turquia e da Arábia Saudita, o segundo maior produtor de petróleo do mundo.

Após a derrota do imperialismo no Irã em 1979 os EUA perderam a sua principal base de apoio no Oriente Médio, assim a Arábia Saudita se tornou o principal lacaio do imperialismo nos países do golfo pérsico, onde se concentra a maior parte do petróleo da região. A monarquia da família Saud se tornou uma grande aliada dos EUA para controlar os países árabes que por sua vez impões uma brutal ditadura em seu país. Caso o maior país da península arábica fosse um inimigo, tal qual o Afeganistão, a propaganda acerca das infrações de direitos humanos seria ainda maior do que a que foi feita com o Talibã. Algo que não deveria ser grande surpresa, pois as piores ditaduras são aquelas apoiadas pelo imperialismo.

Contudo os EUA não são aquele tipo de aliado que os países atrasados desejam, o que ocorre não é uma cooperação, como, por exemplo, há entre a Rússia e a China. Muito pelo contrário a aliança é basicamente uma imposição baseada na força do imperialismo. No Oriente Médio isso não é uma exceção, a classe dominante tem a opção de se alinhar com os interesses dos EUA, como a família real saudita ou lutar em armas contra ele como o governo da Síria. O caso da Turquia também é revelador, o país-membro da OTAN, sofreu uma tentativa de golpe contra o atual presidente Erdogan organizada pelos EUA, um belo exemplo de como operam as alianças com o imperialismo.

O caso da Arabia Saudita se assemelha um pouco ao da Turquia, o país começou a sair dos eixos conforme o imperialismo se enfraqueceu. Uma nova ala liderada pelo atual monarca Mohamed Bin Salman assumiu o poder em 2017 e logo se indispôs com o partido democrata, ou seja, com os representantes da principal ala do imperialismo. As relações econômicas da Arabia Saudita com a China também se tornam cada vez maiores são claramente incômodo para os EUA, chegando a ser pautas de importantes jornais do imperialismo como a Foreign Policy.

O artigo destaca que a Arábia Saudita era o mair exportador de petróleo para a China, até o início da guerra Rússia-OTAN quando as sanções fizeram com que as exportações russas aumentassem. Não só isso como a China é um dos principais exportadores de armamento para a Arábia Saudita. O caso mostra que o bloco econômico dos países atrasados, liderado pelos BRICS, está se tornando um verdadeiro obstáculo para o domínio global do imperialismo. E o que está abrindo a nova crise é justamente o confronto na Ucrânia.

Com a entrada da Rússia na guerra do Donbas as sanções impostas pelo imperialismo ao país criara uma escassez de petróleo visto que a Rússia é uma das maiores produtores do mundo. Até mesmo com a Venezuela o governo Biden teve de dialogar, e o mesmo vale para os países do Oriente Médio. Biden visitará essa semana a Arábia Saudita para convencer o país de exportar mais petróleo para compensar o rombo criado, algo que não é de interesse dos árabes pois não é uma política lucrativa, sendo de interesse político dos EUA.

Na prática, o que Biden quer é colocar o preço da guerra nas costas de seus lacaios no Oriente Médio, e dada a crise do domínio imperialista a tendência é que a Arábia Saudita não aceite. O caso da Turquia novamente é ilustrativo, ao ver as manobras dos EUA para colocar Suécia e Finlândia na OTAN o Erdogan conseguiu uma série de vitórias sobre o imperialismo realizando um acordo para aceitar a entrada dos novos membros na organização. Algo impensável anos atrás quando os EUA dominavam quase todo o Oriente Médio com mão de ferro.

A derrota dos EUA no Afeganistão e agora na Ucrânia é um sinal para todos os povos do planeta que a ditadura imperialista não é indestrutível, que é possível se aproveitar da crise e adotar uma política independente. Os sinais já são vistos em todos os continentes, inclusive com a altíssima possibilidade da China retomar seu território de Taiwan. A Arábia Saudita, principal aliado árabe dos EUA, agir dessa forma é só mais uma expressão da crise gigantesca que o regime global se encontra.

Resta saber quais serão os próximos passos do governo Biden, pois ao contrário do que muitos pensam, a fragilidade dos EUA não significa políticas menos agressivas mas sim táticas cada vez mais violentas para manter de pé o regime podre do capitalismo decadente. Esse só poderá de fato ser derrubado por meio da mobilização da classe operária internacional pela derrota total do imperialismo.

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