Pedro Zambarda, “jornalista“ do site supostamente progressista Diário do Centro do Mundo (DCM), que vem espalhando mentiras grotescas e acusações pessoais contra o Partido da Causa Operária (PCO) e seus dirigentes, admitiu ter sido o verdadeiro autor do livro assinado por Joice Hasselmann (PSL).
Zambarda assinou artigos e protagonizou “livres” no canal do DCM no YouTube atacando o PCO com todo tipo de baixaria depois que este denunciou as relações do ex-candidato presidencial do PSOL, Guilherme Boulos, com o obscuro Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).
No IREE, Boulos trabalha lado a lado com o general “conselheiro“ de Michel Temer, Sérgio Etchegoyen, e o ex-diretor da Polícia Federal durante o golpe de 2016, Leandro Daiello, sob a direção de um advogado empresarial e amigo pessoal, Walfrido Warde Jr. Até o momento, nem Boulos, nem Warde, se pronunciaram para explicar as conexões reveladas na coleção de documentos públicos apresentada pelo Diário Causa Operária (DCO).
A confissão de que Zambarda emprestou seus serviços à extrema direita golpista no passado não é garantia de que ainda esteja fazendo o mesmo. Fato, pode realmente não ser extrema direita quem esteja diretamente interessada em usar Zambarda como cobertura para um ataque ao PCO. No entanto, pelo que o “jornalista” do DCM, seu editor Kiko Nogueira e outros associados a eles disseram, e por serem quem são e se relacionarem com quem se relacionam, não é ilícito supor que outros setores da burguesia e certamente da esquerda pequeno-burguesa se escondem detrás do ghost writer de Joice Hasselmann.
Assim, além da pergunta “por que que Boulos é um aliado de Etchegoyen e Daiello num instituto que tem laços com a imperialista Fundação Ford?“, soma-se outra: “cui bono?“ Afinal, se Pedro Zambarda foi o ghost writer detrás de Joice Hasselmann, nada impede que ele seja fachada para outro ghost writer. Tem experiência comprovada no ramo, então por que não prestar serviços a outros diretamente interessados em desacreditar as denúncias feitas pelo PCO?
Como assinalamos em outra oportunidade, um dos artigos assinados por Zambarda no DCM “acusa o Partido de ‘canalizar dinheiro público para a família Pimenta‘. O jogo de palavras busca levar o leitor a entender algo que os mesmos não têm coragem de dizer com todas as letras, pois sabem ser falso que Rui Costa Pimenta, presidente do Partido, estaria se enriquecendo desviando dinheiro público.”
Também dissemos que “a tentativa de desacreditar o Partido mostra o nível de incômodo dos interesses econômicos e políticos que residem por trás do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), do seu presidente e do seu candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, do PSOL”. E ficou evidente que “para o DCM, sobrou o serviço sujo de conduzir uma denúncia de caráter policialesco, mentiroso (…) uma tentativa de incitar a repressão estatal, seja do Judiciário golpista, ou da Polícia Federal de Bolsonaro contra o nosso Partido, algo que não deveria, em hipótese alguma, ser aceito pela esquerda e o campo popular.“ (“Esclarecimentos sobre as ’denúncias‘ do DCM contra o PCO”, nota oficial do partido publicada em 14 de janeiro passado)
Não por acaso, Zambarda e o DCM atuaram como cabos eleitorais de Guilherme Boulos, elogiando e apresentando o psolista como a “renovação” da esquerda. Não foram os únicos. Outros, como o próprio amigo burguês de Boulos, o “dr.” Walfrido Warde Jr., fizeram questão de exaltar o ex-candidato do PSOL e dar a entender que ele poderia até mesmo ser uma espécie de sucessor de Lula no meio da esquerda e do movimento popular.
Não seria surpresa, então, se Zambarda e o DCM estivessem atuando como uma cobertura conveniente para calúnias e ataques absurdos contra o PCO. Uma vez que Zambarda já serviu como escritor-mercenário, em um verdadeiro “topa tudo por dinheiro”, para Joice Hasselmann, está evidente que não há limite moral ou ideológico que o impeça de atuar como porta-voz oficioso de interesses inconfessáveis.
A fachada de aparente “isenção” conferida por um diploma universitário de jornalista vem bem a calhar quando se trata de injuriar um partido com ilações de baixíssimo nível em forma e conteúdo. Muito mais quando se trata de inculpar um dirigente histórico da esquerda nacional como o companheiro Rui Costa Pimenta, virtualmente acusado de peculato, ou o Partido como um todo, denunciado pelo inusitado crime de “subfaturar“ uma campanha eleitoral.
Cui bono? Quem lucra com essa tentativa vil de encobrir, desacreditar e silenciar as denúncias que o PCO fez contra Guilherme Boulos e sua relação com Walfrido Warde, os autores do golpe de 2016, os grandes capitalistas e o imperialismo norte-americano? No mínimo, pode-se dizer que Zambarda e o próprio DCM têm mais a perder do que ganhar nessa empreitada. Os beneficiados pela campanha sórdida lança pelo DCM, porém, ganham com ela a vantagem de não precisar ir além da tentativa infantil de desmoralizar o partido com adjetivos como “lunáticos”, “malucos” e “sectários”…
Se essa hipótese é correta, portanto, soma-se uma segunda verdade à lista das que precisam vir à tona – e, certamente, virão – a saber: quem se esconde detrás de Zambarda?