Nessa terça-feira (13), um líder do MST no Tocantins foi assassinado a tiros na madrugada enquanto dormia com a sua namorada. Segundo informações da Pastoral da Terra, Raimundo Nonato Silva Oliveira já havia sofrido um atentado anteriormente.
Nonato era um liderança do MST em Araguatins (TO), região chamada de Bico do Papagaio, onde aconteceu o crime. De acordo com o agente da Pastoral, ele já havia sofrido um atentado há cerca de 12 anos. Era conhecido entre os companheiros como Cacheado.
“Nesse período, enquanto liderava o acampamento Alto da Paz, na fazenda Santa Hilário, em Araguatins, ele sofreu várias ameaças. Na época, ele chegou a ser baleado no acampamento e foi tirado do estado para preservar a vida”, disse o agente.
Essa é a situação dos trabalhadores sem terra e índios que lutam por demarcação: são vítimas de perseguição policial e também de jagunços que são pagos pelo latifúndio.
É preciso debater a auto defesa desses trabalhadores, pois pedir justiça não vale de nada, uma vez que a justiça e a polícia estão intimamente ligados a perseguições e assassinatos dos sem terra.
Nesse sentido, é preciso criar comitês de autodefesa para proteger os assentamentos, acampamentos e outros métodos que são usados pelo movimento. É preciso uma reação à altura, pois, a cada dia que passa, são assassinados – ou sofrem atentados – cada vez mais moradores do campo.
Somente a organização dos trabalhadores vai colocar em xeque essa perseguição aos que necessitam da reforma agrária. A política do MST de pedir justiça é ineficaz, pois a justiça está do lado do latifúndio. A PM, que mata o povo pobre e negro todos os dias, também faz parte da política genocida do Estado.