Nos bancários, as indignações contra os banqueiros ao longo dos anos só têm aumentado devido aos ataques que estes e seus governos vêm desferindo sobre a categoria: demissões em massa, arrocho salarial, perseguições, etc., e a categoria só vem sofrendo derrotas porque os banqueiros contam com a política de capitulação das direções sindicais.
Na Conferência Nacional dos Bancários, contando com cerca de 600 delegados, na sua maioria dirigentes sindicais, o Comando Nacional dos Bancários, que conta com membros que dirigem os maiores sindicatos de bancários no país, repetindo a política de capitulação, aprovou mais uma vez um índice fajuto de reajuste de 5% de “ganho real”, ou seja, pedem pouco para que a categoria receba nada, como vem acontecendo nos últimos anos quando a categoria vem amargando reajuste que variam de 1,5% a 0,5% acima da inflação oficial.
A política de reivindicar um reajuste miserável, abandonando olimpicamente as perdas salariais, é a política dos pelegos. Afirmam que na atual conjuntura é impossível arrancar o que os banqueiros roubaram da categoria. Em momento algum os patrões, no caso os banqueiros, setor mais parasitário da economia, abrem mão de atacarem os trabalhadores e a população para beneficiar quem quer que seja, são uns vampiros preparados para pularem no pescoço do trabalhador para arrancar até a última gora de sangue dos trabalhadores e da população para garantirem os seus privilégios. É muita “ingenuidade”, achar que reivindicando menos os banqueiros serão benevolentes e darão um reajuste, mesmo que rebaixado.
Todo mundo sabe que os banqueiros não darão nada a não ser se houver uma verdadeira mobilização unitária da categoria, com milhares de trabalhadores nas ruas parando as agências, o setor tecnológico o sistema financeiro, com ocupações e etc., somente desta forma que a burguesia se sente pressionada a fazer alguma coisa. Diferentemente do que dizem as direções sindicais, para os banqueiros não há nenhum respeito na mesa de negociação, eles não se importam com o trabalhador e a suas necessidades.
As palavras de ordem utilizada na campanha salarial pelas direções sindicais deram o tom de como seria a campanha salarial dos bancários 2022/2024, “Bora Ganhar esse jogo”, são fórmulas abstratas, esperam que caiam da mesa dos banqueiros migalhas (o que efetivamente aconteceu quando aceitaram 8% de reajuste salarial, ou seja, nem a inflação do período) para os trabalhadores através das mesmas enrolações de sempre – as mesas de negociações – entre banqueiros e as entidades sindicais.
As lideranças sindicais deveriam trabalhar para organizar a greve nacional unitária, já sabendo que os banqueiros não irão dar nada de graça, como as realizadas na década 1980, e apostar, não nos conchavos com os patrões, mas na mobilização da categoria, que seria capaz de impor uma derrota aos banqueiros e aos seus governos.
Nesse sentido, para por fim à política de capitulação daqueles que deveriam lutar contra os ataques dos banqueiros, é preciso organizar um forte movimento nacional de oposição a toda política de derrotas que vem aprofundando o rebaixamento o nível das condições de vida dos bancários. Não é possível conquistar as reivindicações sem ultrapassar essa política de derrotas para a categoria bancária.