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A Copa do pênaltis

Argentina vence final do futebol feio e burocrático

Em um jogo com 6 gols e 3 pênaltis o que ficou claro foi a falta de evidência de grandeza de nenhuma equipe. Times comuns, treinadores comuns e futebol comum. Nada de mais do mesmo

A final da Copa do Mundo do Catar foi um jogo de ilusões e desilusões para todos que assistiram a partida. Toda a bajulação da imprensa da imprensa em cima das equipes e jogadores não durou  muito depois da bola rolar. As equipes apostaram muito mais nos esquemas táticos do que na individualidade de seus jogadores. A Argentina entrou com o famoso 4-4-2, colocando Di María na esquerda e Julián Alvarez como centroavante pelo meio. Messi atuando como meia de preparação pela direita. Um ponto a notar-se, é que o técnico argentino Lionel Scaloni  optou por 2 zagueiros, deixando o lateral direito Molina (26) sozinho na cobertura com Mbappé. Alguns achavam que o técnico retornaria com três zagueiros para ter uma marcação mais forte do lado direito francês, porém não foi sua aposta. A França entrou mais ofensiva com um 4-3-3, apostando na frente em Dembélé, Giroud e Mbappé.

Já no início do jogo os argentinos mantinham mais posse de jogo e tiveram mais oportunidades na frente. O trio de atacantes franceses não vê a cor da bola, obrigando diversas vezes Dembélé vii buscar a bola na zaga. Aos 15 minutos do primeiro tempo já tínhamos 48% de posse de bola da Argentina, 13% de bola sem definição e apenas 39% da seleção francesa. A jogada da argentina era toda pela esquerda com o jogador camisa 11 Di Maria. Com sua experiência e a perna esquerda, aos 17 cria boa oportunidade para os argentinos. Aos 21 minutos, o atacante Dembélé vê a pressão Argentina, desce para ajudar e toma um drible na esquerda de Di Maria que ao entrar na área é derrubado: pênalti para a Argentina. Um lance claro de um jogador que não está cumprindo sua função e de desorganização da França que neste momento já deveria ter um zagueiro fixo na esquerda em cima de Di Maria. Messi cobra o pênalti e converte. Argentina abre o placar da final. A França continua sem se achar em campo e a sobra, ou seja, a bola do rebote da área francesa é sempre dos argentinos. Aos 35 minutos a argentina rouba a bola na sua defesa, toca para Messi, que em um toque, deixa livre pela direita Mac Allister, que avança rapidamente em direção ao gol. O meia ao invés de chutar ao gol deixa Di Maria livre para chutar para dentro do gol. A Argentina parecia com 2 a 0 parecia estar  “fechando o caixão francês”. O jogo é todo da argentina. Ainda no primeiro tempo, o técnico francês Didier Deschamps fez duas substituições curiosas: tira dois atacantes, Giroud e Dmbélé, e coloca outros dois atacantes, Thuram e Kolo Muani, mesma substituição que fez contra os Marrocos. O centroavante francês camisa 9, Giroud, não se dá nenhum pouco satisfeito e joga a água no chão em uma cena clara de protesto. O primeiro tempo terminou com 21 faltas no total e os argentinos bem encaminhados para levantar a taça.

O segundo tempo iniciou com os argentinos ainda melhor. Até os 15 minutos já eram 9 finalizações da argentina contra nenhum dos franceses. Porém, o técnico argentino, já se propondo a recuar a equipe, tira Di Maria e coloca Acuña. De fato Acuña permanece pela esquerda, contudo recua um pouco mais para ajudar a equipe na parte defensiva. A Argentina perde qualidade ofensiva e a França vai para o tudo ou nada. O ténico Deschamps tira o meio de campo Griezmann e coloca outro atacante, Coman. A França parte definitivamente para um esquema 4-2-4, em um tudo ou nada. São 2 meias, Tchouaméni e Fofana, e quatro atacantes, Mbappé, Kolo Muani, Thuram e Coman. O que parecia bom para a Argentina matar ou controlar o jogo, tem um resultado positivo para os franceses. Aos 22 minutos a França consegue a sua primeira finalização e inicia-se uma virada de jogo. Os franceses apostam na bola rápida de ligação entre zaga e ataque, visto que estavam sem o meio de campo.

Aos 22 minutos, já ocorre a primeira finalização da França. Mbappé faz sua primeira finalização apenas aos 25 do segundo tempo, mas a reação já é visível e o time da Argentina perde-se em campo. Em um lance onde todo o time argentino está no ataque, um típico lance chamado de “balão”, a bola sobra pela esquerda para o francês Kolo Muani que em velocidade ficaria sozinho com o goleiro. Na corrida, o zagueiro argentino Otamendi se vê obrigado a prender o atacante. Pênalti para a França. Mbappé contra na esquerda e o goleiro argentino Emiliano Martínez chega a tocar na bola. Começaria o sofrimento argentino. Não precisou mais que 3 minutos. Coman recupera a bola dos argentinos, neste momento atordoados, constrói e jogada pela direita e em um lance de cruzamento Mbappé ajeita de cabeça para Thuram que devolve. O atacante francês Mbappé acerta em um chute forte e de primeira, empatando o jogo. De um jogo controlado, com cheiro até de goleada, os argentinos passam a total indefinição. A França até teve oportunidades para virar o jogo, mas teríamos a prorrogação para decidir o título.

No primeiro tempo da prorrogação não tivemos nenhuma equipe se arriscando. Além do cansaço, um gol na prorrogação poderia dar o título para as equipes. Mas sabemos que apenas poderia. Aos 3 minutos do segundo tempo da prorrogação, em um jogada de contra-ataque e lançamento, a bola sobra no meio para Messi que deixa na direita para Lautaro Martínez chutar, no reboque o próprio coloca para dentro das redes. Apenas 12 minutos separavam a Argentina do tricampeonato. Todo o sonho “hermano” estava de volta. Porém, novamente a França avança suas linhas e pressiona a Argentina pelo tudo ou nada. Em uma bola que sobra na esquerda, Mbappé chuta para o gol argentino e o zagueiro Montiel com o braço afastado do corpo faz o pênalti. Novamente Mbappé bate o pênalti e converte: o pesadelo argentino estava de volta e a Copa do Mundo seria decidida nos pênaltis.

A primeira cobrança é dos franceses e Mbappé abre a série para os franceses, mas novamente o goleiro argentino encosta na bola. Messi abre a série para a Argentina e também converte. A derrocada dos franceses começa com Coman: o atacante bate no canto direito de Emiliano Martínez que faz a defesa. O atacante argentino Dybala converte e coloca os argentinos em vantagem nas cobranças. O todo querido da imprensa brasileira Tchouaméni, não consegue acertar o gol e os franceses começam a ver o tricampeonato cada vez mais longe. Quando o zagueiro Paredes converte para a Argentina, só um milagre tiraria o título argentino. Já estava 3 a 1 nas cobranças para os Argentinos. O atacante Kolo Muani vai para a cobrança com uma missão. Caso errasse o título seria dos argentinos. Muani não tem dúvida e chuta no meio do gol. Em uma oportunidade de se recuperar do pênalti na prorrogação, o zagueiro Montiel teve a chance de converter e dar o tricampeonato aos argentinos. Montiel converte e a Argentina é tricampeã mundial em cima dos franceses.

A final da Copa do Mundo do Catar deixou diversas lições. O “grande time francês” é uma enganação. No primeiro tempo foi totalmente envolvido pelo mediano time argentino, com toda a pressão a seu favor, sem mostrar nenhuma capacidade de reação. Messi é um ótimo batedor de faltas e ponto final. Quando a Argentina precisou de um líder em campo para acalmar a partida, Messi estava perdido e foi totalmente envolvido pelo clima de tensão. Mbappé na Copa do Mundo mostrou ser jogador de uma jogada apenas: recebe a bola na esquerda, corta para a direita e chuta. Dizer que estamos vendo um craque de bola é subestimar a inteligência alheia. Os outros atacantes são absolutamente comuns, e a França só conseguiu empatar o jogo, devido a desestabilidade da própria Argentina do que qualquer mérito próprio. Os técnicos mostraram que também não tem muita qualificação, visto que depois das alterações de Lionel da Argentina, o time perdeu muita qualidade e este demorou para mexer novamente. Deschamps, técnico da França, trocou seus dois atacantes ainda no primeiro tempo, mostrando não conhecer sua equipe, pois raramente vê se uma equipe estável mexer tão cedo na parte do ataque.

A Copa do Mundo mostrou que estava desenhado para o Brasil. Temos mais time, mais organização, mas também temos todo um setor golpista contra o país, que a todo momento tentou – e conseguiu – desestabilizar emocionalmente nossa seleção. Enquanto os golpistas elogia Messi, atacam Neymar. Enquanto acham técnicos portugueses bons, criticam os que ensinam estes a jogar. A luta pelo nosso futebol é uma luta política, que como nas eleições ocorrem de 4 em 4 anos. Até lá temos Copa América e outras competições.

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