O PCO realizará nos próximos dias 11, 12, 13 e 14 de agosto seu 11º Congresso, em São Paulo. Para saber como anda a mobilização do Partido entorno do evento, o Diário Causa Operária entrevista Antonio Carlos Silva, pré-candidato a Senador pelo PCO em São Paulo e organizador do Congresso do Partido.
Confira a entrevista a seguir.
Diário Causa Operária: Em que pé está a mobilização do Congresso do PCO, que começa amanhã?
Antonio Carlos: Nesse momento, em todas as regiões do país, há uma grande mobilização da nossa militância no sentido de participar do Congresso. Foram realizadas, desde o final do de julho, mais de duas dezenas de conferências estaduais, encontros preparatórios que discutiram o programa, a situação política e a mobilização em torno da campanha Lula Presidente. Também foram feitas as indicações de nossos candidatos em nível estadual, que agora serão referendados pelo Congresso, bem como foram eleitos delegados de todo país. E nesse momento nós vemos com bastante entusiasmo a mobilização dos militantes no sentido de organizar as caravanas, se deslocar para São Paulo, coisa que já está acontecendo com companheiros de locais mais distantes. Nós vemos uma mobilização muito intensa e entusiasmada. Muitos companheiros que aderiram ao partido nos anos recentes, na luta contra o golpe e pela liberdade do companheiro Lula, terão a primeira oportunidade de participar de um Congresso, no qual se discute, de maneira democrática, a situação política, a organização do Partido e as perspectivas colocadas para o próximo período.
DCO: Para que servirá este 11° Congresso?
AC: O 11º Congresso visa a realizar um intenso debate político sobre a evolução da crise histórica do capitalismo, que nesse momento se encontra em uma nova etapa, do aprofundamento da crise imperialista, diante das importantes derrotas sofridas pelo imperialismo, como no caso do Afeganistão e agora da Ucrânia, que significa um enfrentamento em larga escala dos povos oprimidos contra a opressão imperialista diante do agravamento da crise, em que a única coisa que o grande capital tem a oferecer à humanidade é mais fome, mais miséria e mais destruição. Assim, há um crescimento da revolta e uma tendência de luta muito grande que pode levar o mundo no próximo período ao desenvolvimento de uma etapa com características revolucionárias. Então, o Congresso vai discutir essa situação e também suas implicações na situação política do Brasil, com o agravamento da crise também aqui, com as tendências da burguesia de buscar preparar uma nova etapa do golpe, no momento em que se aproximam as eleições. Então, o Partido vai discutir essa situação e debater em profundidade o balanço da luta nos últimos anos e a importância de intensificar a luta pela organização e mobilização independente da classe operária, principalmente no sentido de fortalecer essa ferramenta fundamental que é o partido da classe trabalhadora, um partido revolucionário, do qual o PCO é o principal embrião aqui no Brasil. Além disso, vamos realizar uma tarefa muito importante no Congresso: discutir o próprio balanço de crescimento do PCO nos últimos, e as tarefas que crescem juntos. No momento em que o PCO é alvo de intenso ataque da burguesia, como exemplo o caso da perseguição levada adiante pelo ministro Alexandre de Morais, do STF. Também como tarefa muito importante, no sentido do balanço e das perspectivas colocadas, eleger a nova direção nacional do PCO.
DCO: Quais as expectativas?
AC: As expectativas são as mais positivas, diante do grande interesse despertado na militância do PCO na participação que levou centenas de companheiros a participar das Conferências estaduais; Tivemos recentemente a 32ª Conferência Nacional em torno da luta pelas liberdades democrática, que contou com a participação de centenas de companheiros em São Paulo. O interesse de uma maneira geral com uma audiência enorme que o Partido vem conquistando junto a significativas parcelas do movimento operário, de setores mais combativos de esquerda, mais classistas, que vêm debatendo questões importantes que o PCO tem levantado acerca da necessidade de uma posição de classe independente dos trabalhadores, das organizações de esquerda, na luta por uma perspectiva própria diante da situação. Então a nossa expectativa é de que o Partido saia fortalecido do 11º Congresso, não só para as tarefas imediatas, como no caso da campanha eleitoral, por Lula Presidente, como parte do processo de mobilização e luta dos trabalhadores; na defesa de nossas próprias candidaturas, operárias e socialistas, que são uma clara expressão das lutas, não só da classe operária, mas do conjunto dos explorados do país, e tenho certeza de que o Congresso cumprirá a tarefa de fortalecer a militância, de fazer com que a próxima etapa seja de maior crescimento e desenvolvimento político do PCO.
DCO: Qual a importância de um evento como este para a militância e os simpatizantes?
AC: O PCO é um partido profundamente democrático, que tem como uma tradição muito importante e fundamental a ampla discussão das suas posições, das suas campanhas, do seu progresso entre sua militância e, de uma maneira mais ampla, do conjunto da esquerda. Dessa maneira, o 11º Congresso reforça essa tradição, por ser o Partido que mais realiza encontros nacionais (vamos realizar o 11º Congresso e acabamos de realizar a 32ª conferência nacional em pouco mais de quatro décadas de existência, desde aquela pequena organização que se formou no momento das origens do PT, em que lutamos pela construção de um Partido operário, revolucionário e de massas). Nesse momento, o Congresso, com esse caráter democrático e público, tende a reforçar e muito, não só a autoridade política do Partido frente à esquerda em um momento decisivo, mas visa a dar maior substância e profundidade à capacidade política do conjunto da sua militância que participa dessa atividade. É uma verdadeira escola a realização desses eventos, do debate, da participação de centenas de companheiros nessa atividade, de forma ainda mais clara nesse momento, em que o Partido resolveu realizar um Congresso amplo e bastante representativo, de uma maneira que, nesse momento, é incomum na esquerda, numa situação em que a maioria da esquerda toma decisão por um grupo cada vez mais reduzido de pessoas, sem ouvir a militância. Cito como exemplo a escolha do candidato a vice-presidente de Lula na chapa para a presidência, decisão tomada por seus dirigentes, em notória contrariedade às bases do PT. Diferentemente do que ocorre em todo conjunto da esquerda, que fez diversas alianças regionais, se pondo a reboque da direita, abdicando de uma posição formalmente independente, isso tudo sem ouvir a militância, nós, do PCO, temos no Congresso uma oportunidade, não só sobre a questão da intervenção eleitoral, mas sobre os aspectos decisivos da política do partido, e para que a militância debate, compreenda e interfira de maneira efetiva na vida, das decisões e nos rumos do Partido. Assim, o PCO se fortalece como um partido revolucionário e democrático, em que sua militância combativa, na grande maioria formada por jovens, tenha oportunidade de interferir nos rumos do partido, inclusive participar da decisão da direção partidária. Por fim, como resultado desse processo de participação, ver como integrar um conjunto de companheiros jovens e setores mais diversos da luta dos trabalhadores
