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Identitarismo

A verdadeira esquerda gourmet

Esquerda pequeno-burguesa teve melhor desempenho eleitoral em bairros mais favorecidos de diversos estados

Um mapeamento feito pelo jornal O Globo com base nos dados do Supremo Tribunal Federal mostrou que as zonas eleitorais na qual candidatos mais destacados da esquerda — ou seja, da esquerda pequeno-burguesa — eram locais de regiões mais ricas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

Os dados mostram que os votos de candidatos como Tarcísio Motta (PSOL-RJ),  Érika Hilton (PSOL-SP) e Rogério Correia (PT-MG), os três eleitos em seus respectivos cargos, têm concentração em bairros com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O mesmo padrão se repete para os governos dos estados. Fernando Haddad (PT-SP), por exemplo, teve seus melhores desempenhos em algumas das áreas mais ricas do estado, assim como Marcelo Freixo (PSB).

A esquerda, no final das contas, sobretudo a pequeno-burguesa ligada a pautas identitárias, não tem uma ligação com o povo — como visto nos dados apresentados, seu maior número de votantes está na classe média.

O motivo é simples: essa esquerda, no fim das contas, nunca teve ligação com o povo. Suas ações perante ao Estado são inócuas e nunca fizeram uma diferença material na vida de ninguém, e o povo sabe disso. Se encaixar no mundo político, dar tudo por um cargo para ficar apresentando projetos de lei que não mudam nada na vida da população de maneira geral é algo que não só não engana a população como também a faz desacreditar da luta política.

Não é incomum encontrar pessoas humildes que afirmam não se envolver com política, independentemente do que seja, porque isso não muda nada na vida delas — de maneira geral, essas pessoas não estão erradas, mas apenas na medida em que essa luta política for feita dentro do sistema, ou seja, da exata maneira que essa esquerda pequeno-burguesa faz. No fim das contas, todo esse setor acaba sendo prejudicial para a luta política, uma vez que, além de não participarem dela de fato, afastam a população dessa.

Isso é evidente também quando tratamos das políticas identitárias. Implementação de pronome neutro, banheiros unissex, políticas repressivas contra o preconceito falado, incentivo a repressão por meio de aumento de penas — na realidade, algumas dessas políticas são prejudiciais ao povo na medida que são impensadas e implementam a repressão.

O povo não é burro, diferentemente do que alguns poderiam afirmar. Esse setor da esquerda é um desserviço não só por apresentar uma pauta altamente identitária, mas porque essa política advém do próprio imperialismo e da burguesia, ou seja, dos inimigos prioritários da classe trabalhadora.

O identitarismo vem sobretudo do Partido Democrata norte-americano, o principal disseminador de guerras ao redor do mundo, protagonista de diversos golpes de Estado e da destruição de inúmeros países. Essa política foi exportada pelo mundo todo, captando a esquerda pequeno-burguesa e a atraindo para as reivindicações inócuos frente ao ataque da burguesia sobre a população mundial. Tudo isso, no fim das contas, serve como cortina para os principais problemas da classe trabalhadora e, por esse motivo, não é nenhum pouco popular.

O povo não quer saber de uma mulher, um negro, um transexual, uma gorda ou um deficiente no governo, mas sim quer alguém que de fato faça alguma coisa mudar em suas vidas. Se esses setores nunca fizeram e nem mesmo se propõem a isso, obviamente não irão receber apoio da população mais pobre, que, por sua vez, será captada pelos setores da direita que vivem de demagogia sobre as pautas populares.

Um dos maiores exemplos disso é o próprio Bolsonaro. Enquanto a esquerda pequeno-burguesa reivindicava coisas como mais cotas para negros e mulheres nas eleições, Bolsonaro falava de aumento de salários, baixos preços de gasolina, mais empregos, melhores maneiras de empreender — não interessando o quanto isso fosse demagogia ou não.

Outro ponto a ser abordado é o de porque classes mais altas tendem a votar nesses setores da esquerda. Ressaltamos, primeiramente, que boa parte dos integrantes dessa esquerda advém, no mínimo, da classe média baixa. Não só isso, mas também é visível que, com um pouco mais de dinheiro, um emprego mais estável e uma formação acadêmica, a classe média possui muito mais tempo do que a classe trabalhadora para se importar com reivindicações inócuas para a sociedade de maneira geral, além de que essa política é muito mais moralista do que material, ou seja, acaba apelando para o emocional da desocupada classe média que não precisou começar a trabalhar quando criança para sustentar sua família.

O fato é que a esquerda, com a pauta identitária, se afastou muito da população e acabou se tornando um setor quase reacionário da política brasileira, acabando em situações como essa de receber mais votos das classes média e alta do que da população pobre, a qual se propõe a defender.

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