O governo de Lula sequer começou e a imprensa burguesa já vem se movimentando para exercer uma verdadeira pressão contra as políticas prometidas pelo candidato dos trabalhadores desde o início das eleições. Estampando nas principais capas dos jornais da imprensa golpista, ataques contra a política econômica ensaiada por Lula neste período de transição tornam-se cada vez mais frequentes. A campanha acompanha a política levada a frente belos banqueiros e acionistas internacionais, ou seja, o chamado “mercado” que vem provocando quedas nas bolsas financeiras e buscando exercer uma pressão sob o novo presidente brasileiro.
No entanto, Lula até o momento não parece se importar com a campanha contrária, e suas declarações, vem dando sinais cada vez mais positivos de que seu governo terá como foco a melhoria das condições de vida do povo e a reindustrialização do País. Neste sentido, Lula e sua campanha vão na contramão daqueles setores da própria esquerda pequeno-burguesa brasileira que afirmam categoricamente de que Lula formará um governo que representaria os interesses de Joe Biden, presidente dos EUA, e do imperialismo de conjunto. Lula, na realidade, se opôs de maneira contundente a todas as políticas centrais do imperialismo e do regime golpista no país, se colocando em defesa do fim do teto de gastos, contra o chamado equilíbrio fiscal e pela defesa do aumento salarial.
Esta contradição já vem se mostrando algo fundamental para o próximo período político no País. O novo governo Lula, foi eleito a contragosto da burguesia e do imperialismo e agora irá, para por em prática seu programa de governo, ter que se confrontar com a burguesia. O governo Lula antes mesmo de iniciar já tem se mostrado não o mesmo de 2003, mas sim, o que seria Lula em 1989, quando disputou contra toda burguesia de conjunto as eleições.
Lula foi eleito sob a base da mobilização dos trabalhadores, e por isso voltar atrás em sua radicalização política seria um suicídio político. Mesmo figuras internas dentro do PT, já vem anunciando que Lula precisa ir à esquerda e confrontar a política da burguesia caso queria se manter no governo. Isto é um fato, a burguesia prepara um novo golpe contra Lula e os trabalhadores, e todas as reivindicações pelas quais os trabalhadores votaram em Lula precisam ser garantidas, este é o motivo dos trabalhadores apoiarem o novo governo.
Dessa maneira, Lula precisa, no lugar de buscar meras alianças no congresso, algo que será muito mais difícil neste momento, é continuar a política de mobilização dos trabalhadores. É positivo o chamado da CUT para realizar no dia primeiro de janeiro um grande ato político na posse de Lula, no entanto é necessário ir além, manter a mobilização e organizar conferências da CUT, chamar os Sem Terra, os movimentos populares e organizar uma verdadeira linha de defesa da política do governo Lula.
Para defender o governo e as conquistas sociais, é necessário mobilizar os trabalhadores. Apenas pela força popular, que a Lula poderá governar contra a burguesia golpista.