Os jogadores da seleção alemã realizaram um protesto antes da derrota de hoje por 2 a 1 para o Japão, em partido do Grupo E da Copa do Mundo.
Eles posaram para a foto da escalação da equipe com as mãos tampando suas bocas, sinalizando uma acusação de censura.
A manifestação foi direcionada principalmente à FIFA, por esta proibir o uso personalizado da braçadeira de capitão com as cores do arco-íris e a inscrição “One Love”, que seleções europeias queriam fazer durante os jogos, em protesto contra o tratamento aos homossexuais no Catar.
Os selecionados que queriam utilizar a braçadeira são a própria Alemanha, a Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Holanda e Suíça. Isto é, basicamente os mesmos países que mais impulsionam a propaganda identitária, somados aos Estados Unidos.
Trata-se de uma grande hipocrisia acusar a FIFA de censura e conivência com a homofobia porque os jogadores da Alemanha, bem como os seus torcedores, estão simplesmente sendo, como dizemos em bom português, “feitos de trouxa”.
Não existe nenhum combate à censura nem à homofobia por parte da Alemanha e do conjunto do imperialismo. Toda essa campanha contra a FIFA e o Catar têm por trás objetivos outros ─ a submissão dos países oprimidos ao imperialismo, e o Catar, rico produtor de petróleo e gás, vem tentando se tornar independente do imperialismo.
Além disso, em um país muito atrasado, cujos costumes seguem sendo os mesmos de milênios atrás, implantar uma nova cultura como a liberal ou mesmo a identitária, é praticamente impossível. Não dá nenhum resultado positivo. A própria população rechaça.
E por que o Catar segue sendo um país basicamente igual ao que era a região há mil anos, em termos de costumes? Precisamente porque o imperialismo impede qualquer possibilidade de desenvolvimento do país. Esses mesmos que acusam o Catar de ser “selvagem” e “bárbaro” foram os que fomentaram tudo isso com a colonização, as guerras e o estímulo a divisões sectárias nas sociedades muçulmanas e árabes.