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Imperialismo

A Europa pode ter uma moeda comum, a América do Sul não pode

Artigo de jornal alemão ataca a América do Sul, omitindo que é o imperialismo o motivo para o atraso e a desagregação da região

Nessa semana, o portal imperialista alemão, Deutsche Welle, publicou uma coluna afirmando ser um “devaneio” o projeto de estabelecer uma moeda comum para a América do Sul. A coluna vai de encontro a um artigo publicado no dia 1 de abril deste ano por Fernando Haddad, futuro Ministro da Fazenda de Lula, em parceria com o economista Gabriel Galípolo, na Folha.

A formação de uma moeda digital comum para a América do Sul, como defendido no artigo, de nome SUR, sul em espanhol, língua da maioria dos países da região, é colocada como uma medida para fortalecer a soberania regional. A medida reduziria o poder determinante do dólar para o comércio dos países, garantindo uma soberania da própria região e a autodeterminação dos povos, visto que hoje as transações internacionais são feitas em dólar, que é controlado pelos Estados Unidos.

Segundo o proposto no artigo: “A moeda seria emitida por um Banco Central Sul-Americano, com uma capitalização inicial feita pelos países-membros, proporcional às suas respectivas participações no comércio regional“.

Para o imperialismo, é impossível aceitar uma América do Sul unida

Sobre a medida, o colunista do Deutsche Welle afirma que é impossível, pois os países não estariam integrados o bastante, desenvolvidos o bastante, e até mesmo cita o Mercosul como se fosse um exemplo negativo. Ora, mas é justamente o imperialismo, tanto da Europa e principalmente dos EUA, que impede o desenvolvimento e a integração latino-americana. Os golpes na América Latina a partir de 2008 e o golpe de 2016 no Brasil, destacadamente, tiveram por papel central desorganizar as articulações internacionais feitas pelos governos nacionalistas da chamada onda rosa, e em particular o Mercosul. Nesse sentido, o exemplo oferecido pelo jornalista é um argumento contra o que ele coloca. A América do Sul, segundo o colocado e considerando os fatos históricos omitidos pelo autor do texto, precisa urgentemente se integrar para que consiga se desenvolver e manter os laços entre os países irmãos tanto do Sul como de toda a América Latina.

Um governo eleito pelos trabalhadores contra a rapina imperialista

A proposta não é, como faz parecer o articulista, uma medida isolada, um sonho, um “devaneio”. A integração da América Latina com uma moeda comum, para libertar os países do jugo do dólar, foi defendida ainda esse ano pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou, no dia 30 de abril, que: “Se Deus quiser vamos criar uma moeda na América Latina para não ter esse negócio de ficar dependendo do dólar“.

Mais recentemente, e após a vitória eleitoral, o ex-embaixador e Ministro das Relações Exteriores durante os governos Lula, Celso Amorim, afirmou, no dia 6 de dezembro, que: “Acho uma ideia boa. Temos de retomar o espírito integracionista e acho que essa é uma força que pode nos ajudar muito. Mas eu não sou economista, isso vai além da política externa, envolve o ministro da Fazenda. Se for quem eu estou achando que pode ser, vai ser bom”.

Outra questão não considerada pelo artigo no Deutsche Welle é que a implementação de uma moeda comum na América do Sul é muito mais fácil que na Europa. O Brasil é a potência regional e tem plena capacidade de levar a frente o projeto, visto que os demais países da região têm moedas desvalorizadas, como a própria segunda economia sul-americana, a Argentina. Visto a fragilidade econômica dos países isoladamente, e interessando inclusive à segunda economia, não haveria porque os demais países não embarcarem na empreitada de consolidar um bloco econômico, podendo mesmo expandi-lo para a América Latina de conjunto, como disse Lula.

Derrubar os bloqueios e sanções

O imperialismo, que fala pelo articulista do jornal alemão, ainda omite mais um ponto. Uma moeda regional forte seria fundamental para os países mais independentes e soberanos da região frente ao imperialismo, como Venezuela, Nicarágua e Cuba, que enfrentam bloqueios e sanções criminosas do imperialismo dos EUA. A esses países, especificamente, a medida estratégica é ainda mais urgente.

O governo Lula já demonstra seu potencial de agregação dos países explorados desde a vitória eleitoral. Como fez antes, e de acordo com seus discursos no que tange a política internacional, Lula aparece como o presidente que pode levar o Brasil a todo o seu potencial, de liderar um bloco dos países atrasados, seja na ONU, nos BRICS, no Mercosul, e agora na formação de um bloco econômico da América do Sul e, quiçá, de toda a América Latina.

O imperialismo não permitirá que tal governo vingue, que dê frutos. É preciso mobilizar os trabalhadores para garantir a sustentação do governo frente aos ataques imperialistas, que podem assumir um caráter golpista rapidamente, e para impulsionar o governo adiante no necessário enfrentamento às forças imperialistas, que impõe o atraso ao Brasil e aos nossos países irmãos.

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