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Soberania

A aliança Catar-Hamas e a campanha contra a Copa

A Copa tornou-se símbolo da luta do povo árabe contra o genocídio promovido pelas forças fascistas israelenses

A Copa do Mundo do Catar tem sido repleta de surpresas não só no aspecto futebolístico – com Marrocos eliminando a Espanha, por exemplo -, como também no político. A vitoriosa campanha dos povos árabes na competição vem acompanhada de um grande número de manifestações em prol da Palestina em sua luta contra a ditadura sanguinária do estado de Israel. Em todos os jogos, milhares de torcedores são vistos com a bandeira palestina e, principalmente nas partidas da seleção marroquina, o público entoa gritos de guerra que denunciam a ação israelense no território palestino.

De maneira geral, a Copa do Mundo está, cada vez mais, tornando-se palco de uma intensa propaganda a favor da Palestina. No momento em que os olhos do mundo inteiro estão voltados para o Catar, as câmeras da imprensa burguesa já não conseguem mais esconder a defesa dos povos oprimidos que está sendo feita no país árabe tamanha que é a agitação em torno do assunto.

Dentro disso, um dos aspectos que mais chama atenção é o fato de que o governo catariano tem sido não só conivente, como tem apoiado esse tipo de manifestação, facilitando para que os torcedores possam manifestar-se em prol da Palestina. É uma política que não vem de agora: principalmente na última década, o Catar tornou-se um dos aliados mais importantes dos palestinos no Oriente Médio, se afastando diplomática e politicamente de Israel em direção à Palestina.

O jornal sionista The Times of Israel publicou, em 2014, um artigo intitulado Por que o Catar apoia o Hamas?. O texto, de maneira geral, procura explicar – com muito ressentimento, diga-se de passagem – porque o governo do Catar se afastou de Israel e aproximou a sua relação com a Palestina. Na ocasião, destaca que isso tem sido assim desde que o Hamas tomou o poder na Faixa de Gaza, afirmando que, desde então, o Catar “despejou centenas de milhões de dólares no território e apoiou diplomaticamente o Hamas, abrigando o seu líder exilado Khaled Mashaal”.

Em 2021, por exemplo, o governo do Catar anunciou que enviaria uma ajuda de US$500 milhões para a reconstrução da Faixa de Gaza que, durante 11 dias de confronto, foi duramente bombardeada por Israel.

“Seguiremos apoiando os nossos irmãos na Palestina para alcançar uma solução justa e duradoura mediante o estabelecimento de um Estado independente”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, o xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, em sua conta no Twitter.

O artigo em questão destaca dados que, vindos do maior inimigo da Palestina, deixam claro a sua importância. O Catar foi um dos únicos países que, em 2007, apoiaram o Hamas após o que o The Times of Israel considera ter sido um “golpe sangrento”. Além disso, em 2012, o ex-emir do país, Hamad bin Khalifa al-Thani, que foi, inclusive, um dos maiores financiadores da Al Jazeera, foi o primeiro chefe de Estado a visitar a Faixa sob o governo do Hamas. Na ocasião, prometeu que levantaria $400 milhões em prol da reconstrução do local.

Neste mês de dezembro, o jornal israelense noticiou que o governo do Catar enviou um emissário para a Faixa de Gaza para requisitar ao Hamas que “mantivesse a calma” até o final da Copa do Mundo. Algo que mostra não só a proximidade da relação entre o governo catarense e as forças de resistência palestinas, como também indica que Dorra planejou, conscientemente, transformar a competição esportiva em um outdoor da luta do povo palestino contra Israel.

Já em meados de 2017, o Catar sofreu um duro ataque por parte dos Estados Unidos, sendo acusado pelo governo Trump de apoiar operações de grupos terroristas apoiados pelo governo do Irã. Líbia, Iêmen, Egito, Arábia Saudita, Barém e os Emirados Árabes Unidos quebraram os vínculos com Doha dias após a visita do presidente americano à região. A reação foi tão agressiva que os cidadãos catarianos tiveram 14 dias para deixar os países que aderiram ao boicote.

A decisão foi amplamente apoiada pelos Estados Unidos. Rex Tillerson, secretário de Estado norte-americano da época, afirmou que isso poderia ter um efeito significativo para a luta contra o terrorismo. O bloqueio só foi cessado em 2021, 4 anos depois.

Em suma, não é de hoje que o Catar entra em contradição com o imperialismo, em especial o americano. Há décadas, se coloca como um grande aliado dos povos oprimidos no Oriente Médio e, como foi visto, principalmente do povo palestino contra Israel.

Além disso, fica claro que a posição da esquerda, ao ser adestrada pela imprensa imperialista e atacar o Catar durante a Copa deste ano, é completamente sionista e pró-imperialista. Afinal, as grandes potências atacam o país árabe não por sua política em relação às mulheres e aos gays, mas sim, por conta de sua profunda ligação com a luta dos povos oprimidos no Oriente Médio contra a ditadura imperialista na região.

Não é à toa que a Copa tornou-se símbolo da luta do povo árabe contra o genocídio promovido pelas forças fascistas israelenses. Nesse sentido, o Catar deve ser defendido dos ataques do imperialismo, uma vez que se coloca como um elemento de destaque na luta anti-imperialista no Oriente Médio que está utilizando a competição mais popular do mundo para propagandear a causa do povo palestino.

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