Levantamento realizado pelo Observatório Social da Petrobrás (OSP) indica que tanto o preço da gasolina quanto do gás de cozinha então se encaminhando para os valores mais altos do século. O Monitor dos Preços da OSP faz uso de dados das pesquisas de preço mensal e semanal do Levantamento de Preços de Combustíveis (LPC) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Desde a implementação da atual política de preços pela Petrobrás, o Preço de Paridade de Importação (PPI), os preços dos produtos derivados do petróleo não pararam de subir. A própria OSP destaca que são 16 meses consecutivos com aumento no preço do gás de cozinha, 11 meses com aumento no preço do gás natural veicular e 5 meses com aumento nos preços da gasolina e do diesel. Até a sexta-feira a gasolina já acumulou alta de 73,4% somente nesse ano.
O sucessivo aumento no preço dos combustíveis no Brasil criou uma situação inusitada no Sul do país. Brasileiros estão atravessando em massa a fronteira e lotando postos de gasolina na Argentina, onde o combustível é vendido pela metade do preço pago por aqui. Em Foz do Iguaçu a gasolina tem sido vendida em torno de R$ 6,14 o litro, enquanto que em Porto Iguaçu, do lado Argentino, por cerca de R$ 3,10.
Nem a fila para realizar testes de covid na fronteira nem as filas nos postos argentinos para abastecer diminuiu o fluxo de brasileiros através da ponte Tancredo Neves. Exclusivamente para encher o tanque dos seus veículos. Os postos argentinos passaram até a aceitar o pagamento em moeda brasileira e chegou a faltar gasolina em alguns deles. Isso num país que tem reservas de petróleo seis vezes menores que as brasileiras.
Enquanto a população vê o custo de vida aumentar desenfreadamente, com seus salários congelados ou ainda amargando o desemprego, os acionistas da Petrobrás acumulam bilhões em lucros. O valor repassado será de R$ 63,4 bilhões em 2021, o maior valor da história da empresa. Cerca de R$ 27 bilhões diretamente para acionistas estrangeiros.
O Observatório Social da Petrobrás traz em seu site um “privatômetro”, que sistematiza o desmonte da empresa a partir da contabilização dos ativos entregues diretamente a empresas privadas. Para se ter uma ideia do roubo a essa empresa, que é um patrimônio nacional, de janeiro de 2015 a agosto de 2021 foram cerca de R$ 231,5 bilhões entregues ao capital financeiro internacional, um dado escandaloso.
Essa política anti popular e anti nacional é resulta explícito do golpe de 2016 e dos seus desdobramentos até aqui. Os marionetes do imperialismo sacrificam o próprio povo para engordar os lucros do capital estrangeiro. É preciso lutar pela reestatização da Petrobrás e de todas as empresas públicas que foram entregues de bandeja para para os capitalistas.