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Imperialismo derrotado

The Economist: vitória do Talibã é uma “inspiração” para os povos

Imprensa do imperialismo atesta derrota norte-americana e teme que exemplo seja repetido pelos demais povos oprimidos

O dia 15 de agosto ficou marcado pelo acontecimento político mais importante do ano e, certamente, um dos maiores eventos dos anos 2000: a tomada do poder pelo Talibã, expulsando as tropas norte-americanas após 20 anos de ocupação imperialista. Um episódio duramente atacado pela imprensa capitalista mundial e por vários setores da esquerda pequeno-burguesa. Os principais jornais da burguesia, como o The Economist, caracterizaram de forma bem direta. Foi uma grande derrota para o imperialismo e, além disso, a vitória do Talibã também deve ser considerada como uma inspiração para outros povos e países oprimidos.

Setores histéricos da esquerda e também os setores intimamente ligados com o imperialismo lamentaram a saída da “democracia norte-americana” do Afeganistão, sem compreender que o fator de atraso no país era a ocupação dos EUA e não o fundamentalismo islã presente nos talibãs. Houve quem achasse que não houve derrota do imperialismo, da mesma forma que existem os crentes de que o Talibã seria também imperialista. Não poderiam estar mais errados.

O que o imperialismo pensa acerca da vitória do Talibã foi colocado às claras pelo The Economist: “A fuga da América do Afeganistão vai encorajar os jihadistas no mundo todo”. Não à toa o Hamas, grupo de resistência palestina, igualmente seguidores do islamismo, estendeu as mãos ao Talibã, elogiando sua vitória e dizendo que este seria o “prelúdio do fim de todas as ocupações dos EUA, acima das quais está a ocupação de Israel sobre o território palestino”. A declaração do Hamas deixa claro que qualquer vitória contra os EUA é também uma vitória deles, sobretudo sendo de uma força islâmica. O líder do Talibã respondeu ao Hamas agradecendo e estimulou a luta dos palestinos.

Os que desconhecem a história dos países do Oriente Médio historicamente oprimidos pelos EUA não fazem ideia de como a vitória do Talibã foi importante. Para quem está cotidianamente no campo de concentração montado pelos norte-americanos e sendo bombardeados diariamente, a vitória foi uma alegria sem tamanho.

Da mesma forma, a intensa campanha que a burguesia mundial opera para desmoralizar e demonizar o Talibã é reflexo de como o episódio abriu uma cratera no coração do imperialismo e que isso vai, efetivamente, servir de exemplo para os povos oprimidos no mundo todo.

É também uma vitória na luta contra a opressão da mulher, diferente do que setores psolistas alegam por aí. O Hamas e o Talibã não são o PSOL. As contradições e posições reacionárias vindas do islamismo são atomicamente minúsculas se comparadas com a opressão que o imperialismo impõe. Os jihadistas querem que o ocidente, os democráticos, caiam fora de seus países. Os identitários e relativistas da esquerda são tão limitados que também são incapazes de defender o direito de outros povos terem outras culturas.

Além disso, cabe destacar também que o Talibã não é um setor minoritário e que não possui apoio algum. O próprio Economist aponta: “o Talibã está capturando a imaginação popular”. Para os povos do Oriente Médio, o Talibã mostrou como se faz, através da luta armada, do enfrentamento incansável ao imperialismo. A revista continua: “a luta do Talibã renovou a fé na ação das massas. Eles querem um jihadismo de massas”. O grupo conta com o apoio da população, que teve seu sonho de décadas de expulsar as tropas norte-americanas do país e ter uma noite de paz.

A esquerda queria um processo de libertação mais civilizado, menos radical, à moda dos democráticos países do ocidente. Deixam de lado o fato de o Afeganistão ser um dos países mais atrasados do mundo, uma sociedade ainda tribal e que luta pela sua soberania há anos. Para os países atrasados, a primeira grande vitória se dá pela libertação das amarras do colonialismo e que, hoje em dia, estão muito bem representadas na luta anti-imperialista. Os que não apoiam a vitória dos talibãs são, praticamente, a favor da colonização do país.

A revolução ou a libertação de um país não virá perfumada e perfeita aos olhos de Deus – o cristão ocidental, é claro – mas sim de qualquer grupo que tenha a insistência, a disposição e o apoio popular de um Talibã, de um Hamas. Não fosse assim, como defenderíamos a soberania dos venezuelanos, dos cubanos e de vários outros povos?

O The Economist encerra a matéria de forma fatídica: “a vitória do Talibã está inspirando os povos a irem para uma ação armada de massas contra o imperialismo”. O exemplo já foi dado. O imperialismo se vê agora ameaçado pelos países que historicamente oprimiu.

Os trabalhadores de todo o mundo, os partidos da esquerda comprometidos com a luta contra a opressão da burguesia, devem se somar à luta anti-imperialista ao lado dos Talibãs e defender todos os povos oprimidos, no Brasil e no mundo.

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