O Supremo Tribunal Federal (STF), um órgão antidemocrático, com ministros biônicos, é visto como o principal símbolo da “democracia” por parte da esquerda pequeno-burguesa. Quer dizer, cada ação de Alexandre de Moraes é vista pela esquerda como grandes exemplos de combatividade.
A prisão do deputado bolsonarista pela declaração contrária ao STF foi ovacionada pela esquerda como um verdadeiro ato de luta. A declaração de que “O voto impresso não fortalece a Democracia” foi vista como um verdadeiro ato de sabedoria. Agora, a tentativa de proibição da ida dos policiais aos atos bolsonaristas foi tida pela esquerda como um verdadeiro ato de coragem.
A verdade sobre a relação da esquerda com o STF é que, ficando a reboque da política burguesa, a esquerda se coloca lado a lado com o PSDB. A comemoração da ação antidemocrática de prender uma pessoa por aquilo que ela diz. A defesa comprometedora da urna eletrônica, que é a primeira capitulação diante da fraude que serão as eleições de 2022. E a crença de que o STF teria o poder (e a disposição) de se colocar contra os atos bolsonaristas, mostram que há um atrelamento ideológico sério da esquerda e da terceira via das eleições.
A estratégia da burguesia para as eleições de 2022 é a máxima “nem Lula, nem Bolsonaro”. Considerando como fundamental a negação da presença do próprio Lula no segundo turno das eleições. Para isso, a burguesia precisa de um candidato “democrático”, com ar esquerdista e, de preferência identitário, para tirar voto do Lula pela esquerda. O candidato que vem se estruturando dessa maneira é o próprio João Doria, governador de São Paulo eleito com o apelido de “Bolsodória”, mas que agora se apresenta como progressista e defensor da “democracia” contra Bolsonaro.
O exemplo fundamental que implica a manobra é a tentativa da esquerda de infiltrar o PSDB de Doria nos atos de São Paulo. Quer dizer, a tentativa de banhar o PSDB nas águas combativas e democráticas das manifestações populares. Essa política, frustrada pela ação de militantes da esquerda no sentido de expulsar o PSDB dos atos, levou a oposição à crise. A tentativa de Dória acabar com os atos pelo Fora Bolsonaro do próximo dia 7, nesse sentido, mostra que ele não estava em nenhum momento favorável ao Fora Bolsonaro.
Na realidade, como foi dito, a política do Doria é a mesma do STF. Quer dizer, uma oposição frágil contra o Bolsonaro, no sentido de criar um clima para as eleições de 2022. Dessa forma, tendo a mesma política do PSDB, o STF é um dos principais instrumentos de campanha para o candidato da terceira-via.