No último dia 25/03 a refinaria da Petrobrás, Landulfo Alves (RLAM) na Bahia, foi vendida para um fundo de capital árabe Mubadala Capital, sócios da Shell. Em fevereiro de 2019 a Petrobras iniciou a venda de quatro refinarias, almejando vender num futuro próximo oito refinarias, o que equivale a metade de toda capital de refino do país.
Aprofundamento do desmonte da estatal
As iniciativas de desinvestimentos de R$ 35 bilhões da Petrobras, das quais fazem parte as vendas de de refinarias, poços e gasodutos, são parte de um processo de venda, privatização e destruição da Petrobras. O que fica claro nesse processo é sua motivação, todo o andamento dessa ação governamental está focada em beneficiar o imperialismo em detrimento das empresas nacionais.
Esse processo significa que num espaço muito curto de tempo a Petrobras abrirá mão de algo em torno de 58% de todo seu capital investido. Esse fenômeno é a continuidade e aprofundamento do processo de desmonte da estatal, onde inicialmente se diminuía o quadro e terceirizava através de investimento em prestadoras, agora se desfaz desses investimento que eram as prestadoras.
Os ataques a estatal que tiveram um ascenso com a criminosa operação imperialista da Lava Jato, se aprofundou com o golpe de Estado de 2016 e a fraude eleitoral de 2018, com o dano causado à estatal atingindo proporções históricas. É certo que estatal tem uma rentabilidade altíssima e atua em setor estratégico da economia, esses são os principais pontos que levam a um ataque tão truculento do imperialismo.
Embora o general Horta Barbosa tenha dito em 1947 que “Petróleo é bem de uso coletivo, criador de riqueza. Pesquisa, lavra e refinação, constituem as partes de um todo, cuja posse assegura poder econômico e poder político, uma atividade que se confunde com a própria soberania nacional”. Tanto na década de quarenta, como em toda a história do país até hoje a posição do comando militar foi de entregar nossa riqueza e soberania ao imperialismo.
Em prol do imperialismo
Como maiores produtores de petróleo do Brasil estão em primeiro lugar a Petrobras e em segundo lugar a petrolífera anglo-holandesa Shell, com a produção de 400 mil barris por dia de petróleo cru. Ocorre também que o consórcio Mubadala não opera refinadoras, restando a tarefa de operar a RLAM para a sócia Shell. A mesma Shell que já domina a Rumo Logística e a Ferrovia Norte Sul, tendo um ponto logístico estratégico para acesso aos mercados do norte e nordeste brasileiro.
Com o sucateamento da Petrobras e a entrega de sua estrutura abre-se a possibilidade de formação de um verdadeiro monopólio da Shell no mercado de combustíveis do norte e nordeste do Brasil. Essa possibilidade permite que a imperialista Shell dê o rumo que quiser aos preços e qualidade dos combustíveis na região.