No estado de Sergipe, governado por Belivaldo Chagas (PSD), os servidores administrativos que integram o SINTRASE (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos) entraram em greve. A greve, incialmente, foi decretada por 48 horas: o objetivo é pressionar o governo do estado a reajustar seus salários.
Enquanto tudo aumenta – de acordo com os dados oficiais, que são manipulados para baixo, a inflação acumulada só nos últimos 12 meses (08/2020 – 08/2021) foi de quase 10% –, os servidores estaduais ficam sem direito sequer a um reajuste salarial… há 9 anos! Os governos de Sergipe, durante quase uma década, lançaram essa política sanguessuga contra os trabalhadores administrativos!
Isto é, os governos do MDB (de 2013 até 2018) e do PSD (de 2018 até atualmente) inteiros não reajustaram o salário dessa categoria uma única vez sequer! Tal situação evidencia que a direita tradicional é tão inimiga dos trabalhadores quanto a extrema-direita; é totalmente digna do ódio da classe operária. De tal maneira, não podemos deixar de apontar que a greve é uma necessidade para combater o governo fascista do PSD e satisfazer essas reivindicações econômicas.
Ainda mais, na esteira desse fato, devemos dizer que, levando o caso de Sergipe ao Brasil inteiro – em que os trabalhadores estão sem reajuste acima da inflação, flagelados pelo preço da gasolina e dos alimentos, sem vacinação, jogados para trabalhar durante a maior pandemia do século, vítimas de um governo fascista –, a greve geral é o caminho para derrubar Jair Bolsonaro e lutar por um governo dos trabalhadores.
É durante a greve geral, um dos métodos mais tradicionais de luta da classe operária, que a burguesia se vê contra a parede, em que o proletariado conquista seus avanços políticos e econômicos. Apenas a greve dos servidores administrativos de Sergipe já fez o governo genocida marcar uma reunião com o sindicato, sinalizando a pressão que tal movimento exerceu: ampliar essa pressão por parte todos os estados do Brasil, para todos os sindicatos dos servidores, tem um potencial muitíssimo maior.
As mobilizações por fora Bolsonaro, pela vacina e por questões econômicas práticas – revogação das reformas da previdência e trabalhista; redução da jornada de trabalho para 35 horas sem redução do salário; mudança na política de preços da Petrobrás, reestatização da empresa e pô-la sob controle dos trabalhadores; etc. – seriam, na greve geral, reivindicadas e se travaria uma luta política séria por suas conquistas. Sendo importante, além de tudo, para o avanço da consciência das massas trabalhadoras.
Por essas razões, a esquerda precisar dar todo apoio aos servidores do Sergipe que estão, em uma ação heroica e corajosa, opondo-se ao governo direitista do PSD, lutando por seus direitos e dando o exemplo: construir a greve geral! A esquerda e os sindicatos devem sair do imobilismo e mobilizar justamente pela greve geral, como meio de luta por Lula presidente, um governo dos trabalhadores e suas reivindicações econômicas urgentes!