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Greve

“Recuo” de Bolsonaro é acordo com burguesia, contra caminhoneiros

Crise no governo Bolsonaro

A situação política e econômica do Brasil é caracterizada pela crise e instabilidade permanente. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, 6 de setembro, a estimativa da inflação neste ano bateu 7,58%, muito acima da meta oficial de 3,75% e do limite de tolerância de 5,25%.

Nos 12 meses até agosto, o preço dos combustíveis, incluindo o gás, subiu 30,22%. No gênero das carnes, o aumento é de 30,77%. A energia elétrica encareceu 21,08%. Oleaginosas, cereais e leguminosas ficaram 25,39% mais caras. A inflação galopante corrói o poder de compra dos salários e é responsável pela deterioração rápida das condições de vida dos trabalhadores.

Por sua vez, o preço do diesel subiu 24,76% entre os meses de janeiro e agosto. A administração da Petrobras, alinhada com os interesses dos acionistas internacionais, realizou sucessivos aumentos no decorrer do ano. A cada aumento, a situação de categorias que dependem diretamente dos preços dos combustíveis, caso dos caminhoneiros, se deteriora e suas condições de vida e trabalho tornam-se mais difíceis.

Na semana do 7 de setembro, na qual o bolsonarismo fez um grande esforço para mobilizar suas bases sociais nas ruas, os caminhoneiros deflagraram movimentos grevistas, paralisações e fechamento de rodovias por todo o País.

A principal razão para a mobilização dos caminhoneiros é o preço do óleo diesel. Somado a isso, há o impulso do bolsonarismo  para a mobilização contra o STF.  No dia da mobilização verde e amarela, feriado de 7 de setembro, o preço do litro do diesel chegou a R$ 5,69 na cidade de Boa Vista, capital do estado de Roraima. Em Teresina, capital do Piauí, o valor chegou a R$ 6,49. Nos postos das cidades de Rio de Janeiro (RJ) e Goiânia (GO) os valores chegaram respectivamente a  R$ 6,41 e e 6,41. Na capital amapaense, Macapá, o valor chegou a R$ 5,17.

Após as mobilizações nas capitais, particularmente expressivas em Brasília (DF) e São Paulo (SP), Bolsonaro recuou em relação ao enfrentamento com o Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente ilegítimo chegou a elogiar Alexandre de Moraes, mesmo que anteriormente o tenha classificado como “canalha” e tenha dito que não obedeceria nenhuma ordem judicial emanada deste ministro. Contudo, a preocupação fundamental de Bolsonaro é a greve dos caminhoneiros e suas repercussões na capenga economia brasileira.

Um compromisso político foi estabelecido entre Bolsonaro e o STF, com a mediação do ex-presidente golpista Michel Temer (MDB), responsável pela indicação de Moraes à Suprema Corte. Os militares das forças armadas também pressionaram por um acordo. Se a greve continuar e se radicalizar – o que é possível dadas as condições – os militares teriam que intervir diretamente contra os caminhoneiros, o que poderia aprofundar a já complexa situação de crise. Para acabar com a greve dos caminhoneiros, Bolsonaro teria que decretar o Estado de Sítio. Esta medida apareceria como um golpe de Estado, radicalizaria a situação política do País e forçaria muita gente a se posicionar junto com a esquerda.

O acordo entre Bolsonaro e a burguesia é necessário para criar as condições institucionais para acabar com o movimento dos caminhoneiros por vias diplomáticas. Diante de tamanho perigo, é óbvio que a burguesia tem que acalmar os ânimos e se unificar para manter o regime político. Quando o regime político entra em xeque as diversas facções políticas da burguesia percebem o perigo e suspendem  temporariamente os conflitos, intrigas e disputas em torno do controle do Estado.

Os caminhoneiros, independentemente de sua ideologia, estão sendo forçados a paralisar suas atividades e protestar contra a situação econômica. Há muitos caminhoneiros que são autônomos, praticamente proletários. Estes sentem a deterioração das condições e por isso apoiam o movimento grevista.

As Polícias Militares são também focos de desestabilização institucional. A penetração bolsonarista nas bases do aparelho repressivo cria uma tensão no interior das corporações. Elas seriam chamadas a reprimir os caminhoneiros, o que radicalizaria a situação e reforçaria a greve. As próprias bases sociais do governo Jair Bolsonaro o colocam em uma situação complexa e contraditória, praticamente num beco sem saída.

A esquerda deve se posicionar em apoio às reivindicações dos caminhoneiros. Na prática, elas se chocam com o regime político golpista e a política neoliberal que subordina a Petrobras aos interesses do capital financeiro internacional. Apesar de desorganizada e confusa, a categoria dos caminhoneiros é poderosa, pois pode paralisar toda a cadeia de distribuição de combustíveis e, portanto, paralisar o País, conforme aconteceu no governo de Michel Temer.

Os petroleiros e as demais categorias devem entrar em greve em apoio às reivindicações dos caminhoneiros. Uma mobilização das categorias pode inverter a correlação de forças em favor da classe operária e do conjunto dos oprimidos pelo regime golpista. A crise se aprofundaria ainda mais.

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